Rede de recarga de veículos elétricos está em crescimento. Foto: Envato/Elements
A maior participação de veículos elétricos nas ruas e avenidas do Brasil vem chamando a atenção. E com ela, cresce também o número de postos de carregamento públicos e semipúblicos no país.
De acordo com levantamento da Elev, empresa que traz soluções para o ecossistema de carros elétricos, a cidade de São Paulo já possui 445 carregadores, o que representou um aumento de 11,25% entre junho e agosto de 2022.
A capital paulista concentra cerca de um terço de todos os carregadores públicos e semipúblicos para veículos elétricos do Brasil, já que a estimativa é de um total de 1.300 equipamentos no país.
Para Ricardo David, diretor da Elev, embora os números estejam em crescimento, ainda é necessário mais investimento estrutural para a demanda desse tipo de automóveis no Brasil.
“Tivemos um crescimento importante no número de postos na principal capital do país, a cidade de São Paulo. Ao mesmo tempo, o número ainda é baixo quando consideramos outras capitais do mundo, como é o caso de Oslo, na Noruega, onde os postos de gasolina estão se convertendo em eletropostos. Ainda são necessários mais investimentos no setor no Brasil”, defendeu Ricardo.
Infraestrutura para o crescimento
Já são 100 mil VEs em circulação no país, segundo dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Mas, segundo os especialistas, ainda é preciso melhorar a infraestrutura de toda a cadeia do transporte elétrico.
A falta de uma rede ampla de eletropostos ainda é um desafio para a descarbonização da mobilidade urbana. Muitos motoristas ainda preferem carregar o VE em casa.
“Por mais que tenhamos uma diminuição no valor dos combustíveis no último mês, isso não torna a gasolina e o diesel como algo que traz um custo benefício a longo prazo. Deste modo, cada vez mais pessoas vão migrar para os veículos híbridos e elétricos, aumentando cada vez mais a demanda por carregadores”, diz Ricardo David.
O diretor da Elev diz que os benefícios dos veículos elétricos são mais perceptíveis a longo prazo, uma vez que o alto custo de um modelo como esse ainda é uma barreira a ser superada no Brasil.
Para exemplificar, ele diz que os VEs têm “uma economia de cerca de 84%, em média, no valor de recarga em comparação aos carros movidos a combustíveis fósseis”, e que a manutenção “está na ordem de 15% a 25% do valor gasto nos automóveis de combustão”.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.