Canal VE

10 de maio de 2024

Conheça os benefícios de uma frota elétrica para sua empresa

Unidades de Renault Kangoo estão posicionadas lado a lado dentro de um grande galpão

Frota composta por veículos elétricos oferece benefícios fiscais e ambientais para empresas. Foto: Divulgação/Renault.

À medida em que as vendas de veículos elétricos registram taxas constantes de crescimento mês após mês, aumenta também o interesse das empresas em adotar frotas de veículos elétricos, seja para o transporte de pessoas ou de mercadorias. Mas será que vale a pena adotar uma frota elétrica para as operações de sua empresa?

Atualmente, cada vez mais companhias ao redor do mundo buscam práticas sustentáveis para a descarbonização do planeta. Diante dessa realidade, e com as novas medidas sustentáveis impostas a empresas no mundo todo, alternativas estão sendo buscadas para a redução da emissão de gases poluentes.

E a mobilidade urbana é um dos principais focos das práticas ESG, a sigla em inglês para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança). Por meio dessas ações, as empresas conseguem promover a preservação do meio ambiente, a responsabilidade com a sociedade e a transparência das operações.

Para este artigo, o Canal VE entrevistou Cesare Quinteiro Pica, CEO da MovE, startup que oferece soluções para recarga de veículos elétricos. O executivo enumerou benefícios fiscais e ambientais para empresas que utilizam veículos elétricos. 

Citroën E-Jumpy é um furgão branco, que está posicionado à frente de um estoque de peças com pé direito alto
Empresas têm adotado veículos elétricos, como o Citroën E-Jumpy, para realizar operações logísticas. Foto: Divulgação/Stellantis.

TCO do carro elétrico

O TCO (Total Cost of Ownership), ou custo total de propriedade dos veículos elétricos apresenta valores extremamente interessantes para qualquer empresa que pensa em adquirir uma frota elétrica. Os custos no pós-compra são sabidamente mais baixos do que os dos veículos a combustão. 

Outro fator que chama a atenção é a manutenção, já que o custo dela é menor com o tempo, pelo número reduzido de peças nos veículos elétricos em relação aos tradicionais a combustão. Custos com velas, correias, filtros de combustíveis, entre outros, deixam de existir.

Além disso, a recarga dos veículos é bem mais econômica que o abastecimento de uma frota inteira que dependa de gasolina, etanol ou diesel, ainda mais se houver uma rede de recarga própria, de preferência com energia limpa, como por exemplo, por meio de instalação de módulos fotovoltaicos para a geração de energia solar. 

Levando tudo isso em conta, e considerando os preços praticados para a aquisição dos veículos elétricos, esses modelos se pagam com o tempo. E ainda há a opção de investir em uma frota alugada. Grandes empresas, como Americanas, Mercado Livre e DHL, só para citar alguns exemplos, já adotaram frotas elétricas em suas operações.

“Um fator que eu vejo que conta muito é o TCO (Total Cost of Ownership) do veículo elétrico em comparação com o veículo à combustão. Para essas empresas de frotas, com uma rodagem grande diária dos veículos, por si, essa conta já se viabiliza. Da forma como é hoje, pelo menos com as frotas que a gente opera, se vê que o custo do veículo elétrico total, levando em consideração manutenção, abastecimento, etc, ele já é conveniente, por si”, afirma Cesare Quinteiro Pica.

Vista aérea dos modelos Renault Kangoo personalizados para operação da Americanas
Americanas adotou frota de veículos elétricos Renault Kangoo para compor serviços. Foto: Divulgação/Renault.

Isenção ou desconto no IPVA

Quando se trata de impostos, as vantagens podem aumentar. Dependendo dos veículos e da localidade do registro, há isenções de taxas aplicadas. No caso do IPVA, por exemplo, alguns estados ou cidades simplesmente deixam de realizar as cobranças para veículos elétricos, graças à redução significativa das emissões de poluentes.

Por conta disso, há estados onde os carros elétricos possuem isenção completa, como: Distrito Federal, Maranhão, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Além deles, os estados do Ceará, Rio de Janeiro e a cidade de São Paulo também possuem a isenção parcial. No Rio de Janeiro, por exemplo, a alíquota para carros a combustão é de 4%, enquanto nos carros híbridos fica em 1,5% e veículos 100% elétricos em 0,5%.

Outro estado que pode adotar a isenção do IPVA é a Bahia. Com o anúncio da instalação da nova fábrica da BYD em Camaçari (BA), o governador baiano Jerônimo Rodrigues anunciou que pretende isentar os veículos elétricos de até R$ 300 mil no estado. No entanto, a proposta ainda precisa ser avaliada e aprovada pela Assembleia Legislativa da Bahia antes de se tornar lei.

Já nos estados do Espírito Santo, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio Grande do Sul existem projetos de isenção em andamento pelas respectivas Assembleias Legislativas, sem a definição ainda se serão descontos parciais ou totais.

Há ainda a expectativa para novas isenções ou descontos com a nova Reforma Tributária, aprovada no Congresso Nacional.

Dezenas de furgões elétricos eT3, da BYD, estão enfileirados
Possuir uma frota de veículos elétricos na sua empresa pode ser bem vantajoso. Foto: Divulgação/BYD.

Isenção de rodízio

Esse é um ponto que ainda é exclusivo para a cidade de São Paulo, a única do país que conta com o sistema de rodízio. Esse modelo serve para controlar a quantidade de veículos que circulam na cidade, e também a emissão de poluentes. 

Por conta disso, carros elétricos estão liberados do rodízio, por não emitir nenhum poluente como o carro a combustão.

Essa alternativa encontrada por São Paulo não é exclusiva. Diversas metrópoles do mundo adotam uma política de rodízio semelhante. São elas: Atenas (Grécia), Santiago (Chile), Cidade do México (México), Bogotá e Medellín (Colômbia), La Paz (Bolivia), Quito (Equador), San José (Costa Rica) e Pequim (China).

Caminhão elétrico E-Delivery todo azul, em frente a estação de recarga
Caminhões elétricos, como o E-Delivery, da Volkswagen, estão aparecendo mais entre as empresas. Foto: Divulgação/VWCO.

Economia com o Mercado Livre de energia

Por último, mas não menos importante, está um “trunfo” que, ao aderir à frota elétrica, pode beneficiar toda a empresa, não apenas a parte de logística. 

Primeiramente, o mercado livre de energia funciona, como o próprio nome sugere, como um ambiente competitivo de negociação de energia elétrica em que os participantes podem negociar livremente todas as condições comerciais envolvidas, como fornecedor, preço, quantidade de energia contratada, período de suprimento, pagamento, entre outras.

Para se habilitar a ser um consumidor livre, a empresa deve possuir uma demanda mínima contratada de 500 kWh. Essa demanda pode ser em apenas uma unidade ou em comunhão de direito ou em comunhão de fato. Comunhão de direito é quando a soma de duas ou mais unidades, com o mesmo CNPJ, atinge uma demanda mínima de 500 kWh. A comunhão de fato é quando um conglomerado de empresas próximas, de CNPJ distintos, somadas, atingem 500 kWh de demanda mínima.

Mas por que explicar tudo isso sobre Mercado Livre de Energia em um blog sobre “frotas elétricas”? A resposta é até simples.

“Existem certos patamares de energia consumida e potência, que se estiver um pouco abaixo, não entra, se estiver um pouco acima, já entra. Existem alguns casos que a empresa está em um patamar de consumo em que ela não consegue comprar energia no mercado livre, mas se ela comprar veículos elétricos, carregadores e ter a estrutura, ela sobe seu patamar de consumo e se habilita a comprar no mercado livre de energia”, responde Cesare.

A importância de habilitar a empresa para a compra de energia dentro deste modelo é pelo valor que pode ser até 90% mais barato por kWh.

“A energia no Mercado Livre é uma energia muito mais barata. Então, por exemplo, se hoje nós pagamos, arredondando, R$ 1,00 o kWh, no Mercado Livre, você consegue comprar energia com uma variação de preço, que pode chegar de R$ 0,12 até R$ 0,40, por exemplo, mas com certeza da metade para baixo (em comparação ao mercado tradicional)”, completa o CEO da MovE.

O CEO da movE apresenta um carregador de veículo elétrico em evento
Cesare Pica, CEO da MovE. Foto: Rubens Morelli

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