Novas tarifas temporárias passam a valer a partir de 4 de julho de 2024. Foto: Divulgação/BYD
A União Europeia decidiu cobrar tarifas de imposto adicional para veículos produzidos na China, enquanto as investigações sobre a prática de mercado da China não tem uma conclusão definitiva. De acordo com o comunicado oficial, as tarifas terão variação de acordo com a colaboração de cada empresa com as investigações. Além disso, é um imposto provisório e que pode variar de acordo com a colaboração das empresas.
A UE justifica essa decisão alegando subsídios excessivos concedidos pelo governo chinês aos fabricantes de carros elétricos, o que estaria prejudicando as montadoras europeias, que não conseguem ter um preço tão competitivo frente aos carros da China.
Segundo o comunicado oficial, as novas tarifas terão início no dia 4 de julho de 2024.
Montadoras afetadas
Conforme explicado acima, as taxas provisórias variam de acordo com a colaboração de cada montadora nas investigações sobre o subsídio chinês. Confira a tabela abaixo com a tarifa de cada montadora, segundo a Comissão Europeia:
- BYD: 17,4%
- Geely: 20%
- SAIC: 38,1%
- Outras fabricantes que cooperaram com as investigações da UE: 21% de tarifa em média
- Fabricantes que não cooperaram: 38,1%
Impactos em outros mercados
Além das novas medidas restritivas da União Europeia, os veículos elétricos também são uma pauta constante na corrida presidencial dos Estados Unidos. Os dois principais candidatos às eleições no país, Donald Trump e Joe Biden, já anunciaram tarifas elevadas para veículos chineses vendidos nos Estados Unidos.
Por conta da dificuldade nesses mercados importantes, países emergentes na mobilidade elétrica podem se beneficiar, como é o caso do Brasil. Mesmo com o retorno dos impostos de importação de forma gradativa, a constante crescente do mercado nacional faz com que empresas chinesas olhem para o Brasil com bons olhos, como já vem acontecendo.
BYD e GWM iniciarão a produção nacional em breve. Outras empresas, como a Neta Auto, por exemplo, também estão atentas ao desenvolvimento do mercado brasileiro, que recentemente se tornou o maior mercado do mundo para veículos elétricos chineses.
Países como México, Colômbia, Índia, Indonésia e Tailândia também são mercados emergentes que devem ganhar cada vez mais a atenção de montadoras chinesas. Além da exportação, essa restrição em grandes mercados pode fortalecer ainda mais o já aquecido mercado chinês de veículos elétricos.
Graduando em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, possui experiência na criação de conteúdo para sites, blogs e redes sociais. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.