Com novo navio cargueiro, BYD deve trazer 100 mil modelos eletrificados para o mercado latino-americano. Foto: Divulgação/BYD
A BYD deve transportar até 100 mil veículos eletrificados para a América Latina em 2024, por meio do porto de Vitória (ES). Para isso, a montadora chinesa vai utilizar um navio cargueiro próprio da marca, batizado de Explorer No. 1, que promete acelerar a exportação de veículos elétricos no mundo, de maneira independente e com mais agilidade, sem depender de terceiros.
A empresa enxerga o porto de Vila Velha, no Espírito Santo, como uma porta de entrada para levar seus modelos para toda a América do Sul. Além disso, o porto tem proximidade com a fábrica que será montada no Brasil, em Camaçari (BA).
A embarcação possui 199,9 metros de comprimento e uma capacidade de carga de até 7 mil veículos.
A estimativa é que a montadora, em até dois anos, conte com mais sete embarcações destinadas à exportação de veículos elétricos e híbridos da marca.
Buscando desenvolver ainda mais o mercado chinês de veículos eletrificados, a BYD planeja não apenas implantar esses navios para suas próprias operações, mas também se envolver em parcerias abertas.
O navio já iniciou suas operações nos primeiros dias de 2024 e deve garantir cada vez mais espaço da BYD no cenário mundial.
China bate recorde em exportações automotivas
Os ótimos resultados nas vendas da BYD têm contribuído para o bom desempenho da balança comercial chinesa.
Segundo dados divulgados pela Associação de Fabricantes de Automóveis da China (CAAM), o país asiático vendeu ao exterior 4,91 milhões de unidades de veículos de todas as marcas, superando as exportações do Japão, que somaram 4,42 milhões de veículos no ano de 2023, de acordo com a Associação Japonesa dos Fabricantes de Automóveis (Jama).
Essa é a primeira vez que a China fecha um ano acima do Japão em números de exportação de automóveis.
O que impulsionou esses números foram os modelos elétricos que ganham cada vez mais mercado no mundo todo, e a China é líder, com sobras, na venda de veículos desse segmento, enquanto o Japão, liderado pela Toyota, possui maiores números em modelos híbridos.
Exportação chinesa deve estabilizar
Apesar do crescimento quase que descontrolado dos veículos elétricos no mundo, a China, líder mundial na produção de veículos elétricos, anunciou que terá de tomar medidas para conter o avanço acelerado de sua indústria. A decisão se dá por conta de crescentes tarifas e legislações que impactam na exportação de seus automóveis.
Tanto os Estados Unidos quanto o continente europeu estão “preocupados” com o crescimento do mercado chinês de veículos elétricos. A União Europeia, inclusive, já iniciou uma investigação por conta dos preços baixos mantidos por montadoras chinesas em solo europeu, alegando que essas empresas recebem “altos subsídios estatais” para a prática desses valores.
O Brasil também voltou a implementar tarifas para veículos importados, após pressão das montadoras tradicionais instaladas no país. As taxas de importação crescerão gradativamente até 2026, quando atingirão a cota máxima de 35% do valor total do automóvel.
A redução da indústria chinesa, mesmo que planejada, pode abrir espaço para países concorrentes encurtarem a distância que há entre os fabricantes dos Estados Unidos, Europa e Japão, em relação à China.
Graduando em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, possui experiência na criação de conteúdo para sites, blogs e redes sociais. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.