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3 de dezembro de 2024

É possível aumentar a autonomia do carro elétrico? Veja as dicas

Figura em painel de carro elétrico mostra bateria carregada

Painel de carro elétrico mostra recarga completa. Foto: Rubens Morelli/Canal VE.

A autonomia dos carros elétricos é sempre motivo de polêmica, especialmente para quem ainda tem dúvidas a respeito de investir em um modelo desse tipo. Mas não precisa ser assim. 

Isso acontece porque cada carro tem um conjunto de baterias diferente, com capacidade de carga diferente. Além disso, o peso do carro, a potência, o torque e até o uso do ar-condicionado influenciam no alcance total divulgado pelas montadoras.

No entanto,

é possível que o motorista consiga um alcance maior que o divulgado pelas fabricantes, desde que estabeleça uma forma de condução condizente para isso. Nesse artigo, vamos explicar como aumentar a autonomia do carro elétrico dirigindo de forma consciente.

Padronização em testes

A autonomia dos carros elétricos é divulgada com base em diferentes testes, que levam em consideração, entre outras coisas, velocidade, motor e peso do veículo. Além disso, as avaliações consistem em reproduzir cenários encontrados pelos motoristas, em trechos urbanos ou rodoviários, seguindo critérios de aceleração, redução e retomada de velocidade, aclives, declives, em distâncias curtas ou longas, com duração de tempo padronizada, dependendo de cada teste.

São várias opções no mundo, sendo as mais conhecidas o ciclo WLTP (Worldwide Harmonised Light Vehicle Test Procedure, ou, numa tradução livre, Procedimento Mundial Harmonizado de Testes para Veículos Leves), mais comum na Europa, e o EPA, da Agência de Proteção ao Meio Ambiente, dos Estados Unidos. 

Há ainda o NEDC (New European Driving Cycle, ou Novo Ciclo de Condução Europeu), que surgiu em 1980 e teve sua última atualização em 1997. Esse último, no entanto, é realizado exclusivamente em laboratório, e vem sendo substituído gradativamente pelo WLTP, que fornece dados em cenários mais realistas.

Método brasileiro

Para evitar confusão entre as divulgações das autonomias dos carros no Brasil, o Inmetro decidiu adotar, no início de 2023, um padrão nacional de avaliação: o PBEV, Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular. Assim, todo carro elétrico ou híbrido comercializado no país deve passar pelos testes do Inmetro e divulgar os resultados obtidos por ele.

Tabela mostra eficiência energética do Peugeot e2008 de acordo com padronização do Inmetro
Inmetro determinou um padrão brasileiro de divulgação da autonomia. Foto: Rubens Morelli/Canal VE.

Acontece que, para a divulgação oficial dos resultados obtidos em laboratório, o Inmetro estabeleceu um desconto de 30% nos resultados. Na prática, isso significa que um carro elétrico que atingiu 300 km de alcance nos testes, terá a informação de que sua autonomia é de 210 km, já descontando os 30% do que foi obtido na realidade do Inmetro.

Confuso, não é mesmo? Apesar de controverso, essa foi a maneira encontrada para informar o consumidor que aquele carro atinge determinado alcance considerando o máximo consumo de energia do veículo, levando em conta a suposta falta de experiência do condutor brasileiro em relação aos carros elétricos, evitando assim possíveis reclamações junto aos órgãos de defesa do consumidor no futuro.

 

Gerenciamento da bateria

É importante salientar que, assim como acontece com os veículos a combustão, os números divulgados da autonomia dos carros elétricos servem como referência, e não como regra fixa. Ou seja, se o condutor souber gerenciar a carga enquanto dirige, pode fazer com que o alcance seja maior que o divulgado oficialmente. Quer saber como fazer isso?

Destaque do painel do BYD Yuan Plus
Painel do BYD Yuan Plus exibe modo de condução normal e regeneração padrão (Standard). Foto: Rubens Morelli/Canal VE.

Em primeiro lugar, o motorista deve ajustar o modo de condução para o mais econômico. Geralmente, essa configuração está disponível no painel. Além disso, também é possível maximizar a eficiência da regeneração de energia nas frenagens, novamente ajustando as configurações do Kers, o sistema de recuperação de energia cinética. Sim, é possível ter uma recuperação maior ou menor, dependendo de como você fizer a configuração. 

Destaque do painel do BYD Yuan Plus
Painel do BYD Yuan Plus destaca condução econômica (Eco) e alta regeneração de energia (High). Foto: Rubens Morelli/Canal VE.

Vale destacar ainda que todas essas informações estão disponíveis no manual do veículo, que deve ser estudado antes de assumir a direção.

Outra dica importante é sobre o uso do ar-condicionado. Tanto para esfriar como para aquecer a cabine, o sistema usa a energia da bateria do carro, e, em condições extremas, essa ação pode impactar na autonomia do veículo.

Imagem gráfica com linhas azuis representa o ar resfriado circulando pela cabine do carro
Sistema de ar-condicionado pode afetar autonomia do carro elétrico. Foto: Divulgação/Volkswagen.

Por fim, a velocidade média também pode impactar no alcance total do carro elétrico. Obviamente, não estamos afirmando que o motorista deve manter a velocidade baixa para percorrer determinado trajeto. Mas, em situações em que a bateria está mais próxima do fim, diminuir a velocidade média vai reduzir o consumo da bateria, garantindo uns quilômetros a mais para chegar em segurança a uma estação de recarga.

Detalhe do volante do Chevrolet Bolt com borboleta específica para auxiliar a recuperação de energia
Borboleta disponível no volante do Chevrolet Bolt EUV ajuda motorista a recuperar a energia de modo mais eficiente. Foto: Divulgação/Chevrolet.

Exemplo na prática

Recentemente, um teste da Chevrolet no Brasil estabeleceu o recorde global de autonomia do Bolt EUV. O carro tem autonomia declarada de 377 quilômetros no padrão do Inmetro, ou 456 quilômetros no ciclo WLTP, mas conseguiu rodar por 901,8 quilômetros, quase o dobro do ciclo europeu, com apenas uma carga

Para conseguir esse alcance, os motoristas utilizaram todas as técnicas para otimizar o menor consumo de energia da bateria, incluindo uma velocidade média de 35 km/h. Ou seja, se o motorista fizer um bom gerenciamento da carga, vai conseguir rodar por mais quilômetros.

Chevrolet Bolt EUV prata acelera em rodovia
Chevrolet no Brasil estabeleceu o recorde global de autonomia do Bolt EUV. Foto: Divulgação/Chevrolet.

Carregador portátil

Por falar em recarga, a nossa recomendação é que você tenha sempre à mão um carregador portátil, também chamado de emergência, justamente para o caso de uma necessidade. 

Dessa maneira, você pode conectar o seu carro em qualquer tomada, não importa onde você esteja. E assim, nunca mais vai sofrer com a ansiedade da autonomia.

Imagem mostra objetos dentro de porta-malas de carro elétrico, incluindo um carregador portátil
Ter um carregador portátil no porta-malas do carro elétrico é o mais recomendado. Foto: Divulgação/Chevrolet.

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