Extração de lítio no México só poderá ser feito por estatais do país. Foto: Reprodução.
Essencial para a produção de baterias para veículos elétricos, o lítio tem atraído cada vez mais a atenção das autoridades internacionais. E o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, assinou, em 18 de fevereiro de 2023, um decreto para nacionalizar a extração do mineral no país. Agora, o lítio existente no México só poderá ser extraído e vendido por órgãos estatais.
Em agosto de 2022, o governo mexicano havia fundado a empresa LitioMX (Lítio para México), estatal de extração e comercialização do metal leve. A empresa deve operar de maneira independente do ministério de energia daquele país.
“O que estamos fazendo agora é nacionalizar o lítio para que não seja explorado por estrangeiros da Rússia, China ou dos Estados Unidos”, disse o presidente Obrador em evento em Sonora, onde assinou o decreto que ordena ao Ministério da Energia iniciar a nacionalização do processo.
Sonora é um estado federal no noroeste do México, na fronteira com os EUA. O decreto declara 2.349 quilômetros quadrados como uma zona de mineração sob o nome de Li-MX 1. Diversas empresas estrangeiras atualmente têm concessões de mineração ativas com a intenção de desenvolver potenciais depósitos de lítio no México, mesmo que nenhuma delas tenha extraído lítio ainda. O presidente mexicano diz que tudo isso será revisto.
O ministério da Economia publicou um decreto no sábado dizendo que “mantêm-se seguros os direitos e obrigações dos titulares de concessões mineiras em vigor que se encontrem dentro da zona de reserva de mineração do lítio”, mas também que “nenhuma atividade de mineração relacionada com o lítio” pode ser exercida dentro da reserva.
Valorização do lítio
De olho na valorização do lítio com a maior demanda da indústria para a produção de baterias, o governo mexicano quer garantir participação majoritária em qualquer futura joint venture que possa ser formada no mercado.
Para a indústria de baterias e o setor de mobilidade elétrica, a extração de lítio no México seria potencialmente interessante no contexto das novas regulamentações dos EUA: como o México, o Canadá e os EUA estão ligados por meio do acordo de livre comércio NAFTA, as matérias-primas das baterias extraídas no México e no Canadá também atenderiam aos novos requisitos dos EUA ligados à produção de veículos elétricos.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.