Híbrido, Toyota Corolla Cross é o carro eletrificado mais emplacado do Brasil no mês de agosto. Foto: Divulgação/Toyota
Mais da metade (52%) dos brasileiros que pretendem trocar de veículo nos próximos três meses considera adquirir um carro híbrido ou elétrico. E entre os que buscam um modelo 0 km, a porcentagem na busca por um eletrificado sobe para 65%. É o que mostrou uma pesquisa encomendada pelo Google à Offerwise.
O apelo tecnológico (37%) e os benefícios em custos e isenções (35%) são os principais fatores que motivam o consumidor a buscar essas opções, à frente da questão ambiental (27%).
A pesquisa, que entrevistou 1.200 pessoas de todas as regiões do Brasil em fevereiro de 2023, foi divulgada na última semana durante o evento Think Mobility.
Entre as pessoas que participaram da pesquisa, as mulheres representam metade dos que querem comprar um carro. Além disso, 41% de quem planeja comprar um veículo em breve é mãe. Outra característica revelada pela pesquisa sobre os compradores é que essas pessoas são, em sua maioria, das classes A e B (60%).
Entre os donos atuais de automóveis, 29% usam o carro para ir ao trabalho, o que faz com que nosso sentimento pelo carro seja cada vez mais atrelado a uma função: para a maioria dos entrevistados (71%), o automóvel é “um meio de se locomover com segurança e conforto”.
Eletrificados já são sonho de consumo
O estudo do Google e Offerwise revela que os brasileiros enxergam os carros elétricos e híbridos como um objeto de desejo. No total, 98% dos consumidores automotivos veem os atuais donos desses modelos como pessoas bem sucedidas, ou às quais eles gostariam de ser.
As associações desse tipo de veículo à imagem de uma pessoa de sucesso (98%) ou ligada à tecnologia (69%) são maiores do que àquelas preocupadas com o meio ambiente (48%).
Ainda de acordo com a pesquisa, a questão ambiental (27%) também fica atrás do apelo tecnológico (37%) e da eficiência (35%) quando analisadas as motivações do interesse dos brasileiros por esse tipo de veículo.
Para quem é motivado pelo aspecto tecnológico, os principais estímulos são ter um carro mais tecnológico (22%), fazer parte de uma novidade do mercado (9%), e ter um carro de pessoas bem sucedidas (7%). No caso da eficiência, os gatilhos são gastar menos com combustível (28%) e a isenção de rodízio ou imposto (5%).
“A indústria automotiva está mudando de eixo: o consumidor começa a ver as marcas não só como montadoras, mas também como uma indústria de tecnologia. A partir de agora, a percepção tecnológica vai ser fundamental para construir a consideração das marcas desse setor”, afirma Lara Guedes, head de negócios para o segmento de Mobilidade do Google Brasil.
“Isso requer que as empresas repensem sua estratégia, usando dados para oferecer experiências personalizadas, vendendo serviços associados aos seus produtos, e investindo na percepção de eficiência, segurança e entretenimento.”
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.