De acordo com Musk, corte de funcionários faz parte do plano de reestruturação da Tesla no mundo. Foto: Divulgação/Tesla
A Tesla, montadora americana, vai demitir cerca de 10% do seu quadro de funcionários em escala global. O corte vem logo após os resultados do primeiro trimestre de 2024, no qual a Tesla registrou a primeira queda trimestral em quatro anos. As informações foram obtidas pela Bloomberg, que conseguiu acesso a um e-mail interno enviado por Elon Musk, CEO da empresa, aos funcionários.
Segundo a Bloomberg, cerca de 14 mil funcionários serão afetados com o corte. O que teria motivado as demissões seria a duplicação de atividades e a redução de custos. De acordo com a agência de notícias Reuters, alguns empregados já receberam notificações formais da Tesla.
Em seu comunicado, Musk afirmou que a empresa vai passar por uma nova fase de crescimento e, por isso, será necessário fazer reestruturação nas áreas da empresa. Apesar disso, o CEO da Tesla não informou quais setores passarão por essa reestruturação.
“Como parte desse esforço, fizemos uma análise completa da organização e tomamos a difícil decisão de reduzir nosso quadro de funcionários em mais de 10% em todo o mundo. Não há nada que eu odeie mais, mas isso precisa ser feito. Isso nos permitirá ser enxutos, inovadores e ávidos pelo próximo ciclo da fase de crescimento”, informou Musk no comunicado.
Sombra da BYD e mercado em queda
Com o crescimento de outras montadoras no mercado mundial de veículos elétricos, a Tesla, antes líder absoluta, viu a BYD encostar e até ultrapassar a montadora americana em número de vendas, como aconteceu no fim de 2023. Isso, combinado com alguns problemas da Tesla no lançamento do Cybertruck, levou a Tesla a acelerar seus planos com novos veículos e produção mais acelerada.
No último balanço de vendas, divulgado no começo de abril, a Tesla viu a venda de seus modelos de carros elétricos cair cerca de 8,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao último trimestre, a queda foi de aproximadamente 20% nas vendas.
Além da BYD, a Tesla também enfrenta a concorrência de montadoras gigantes em mercado que a marca era consolidada, como na Europa. Isso se deve ao fato de BMW e Volkswagen voltarem seus investimentos para os veículos eletrificados. No caso da BMW, em breve, a montadora produzirá apenas modelos com motores elétricos.
Onde sempre foi o principal mercado para a Tesla, nos Estados Unidos, há uma “desaceleração” nas vendas de veículos elétricos. Todos esses novos fatores, causaram essa queda nas vendas da empresa de Elon Musk, culminando na demissão e reestruturação da montadora em escala global.
Graduando em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, possui experiência na criação de conteúdo para sites, blogs e redes sociais. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.