Canal VE

21 de novembro de 2024

Pesquisadores brasileiros criam pasta que reduz calor de baterias

Nanocompósito em formato de pasta que reduz o calor de baterias

O nanocompósito evita o superaquecimento de baterias, incluindo as de veículos elétricos. Foto: Divulgação/Comunicação Inova Unicamp

O superaquecimento das baterias é um dos principais motivos para a redução da vida útil desse componente, que é o coração do veículo elétrico. O melhor gerenciamento térmico, portanto, garante mais eficiência para o sistema.

Para prolongar ainda mais a vida útil das baterias, pesquisadores do Centro de Componentes Semicondutores e Nanotecnologias (CCSNano) e do Colégio Técnico de Limeira (Cotil), ambos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em conjunto com a Celera Fibras, desenvolveram um nanocompósito térmico, com textura de pasta, para evitar o aquecimento de equipamentos eletrônicos que vão desde LEDs até baterias de veículos elétricos.

“Estamos vivenciando a miniaturização dos componentes eletrônicos, que, ao mesmo tempo, oferecem uma potência cada vez maior, uma alta capacidade de processamento de dados, em alta velocidade. Tudo isso cria uma demanda térmica grande: cada vez mais calor é gerado e, por isso, a degradação térmica dos dispositivos é comum. Existe, portanto, uma necessidade para que esse calor seja rapidamente dissipado a fim de, assim, termos melhores performance, durabilidade e confiabilidade da parte dos equipamentos”, explicou o professor Stanislav Moshkalev, da Unicamp.

Pesquisadores que desenvolveram um produto para não superaquecer baterias
Pessoas envolvidas no projeto: Da esquerda para a direita, Silvia Vaz Guerra Nista (CCSNano), Larissa Giorgetti Mendes (Cotil), Stanislav Moshkalev (CCSNano) e Alex Souza (Celera). Foto: Divulgação/Comunicação Inova Unicamp

Como funciona

Essa pasta foi desenvolvida com nanotecnologia e sua estrutura é composta por materiais grafíticos, incluindo o grafeno, polímeros e aditivos, tudo processado a partir de partículas em escala nanométrica.

“Com o tempo, entendemos que a criação deste compósito, juntando as propriedades de vários componentes, inclusive grafeno, é extremamente inovadora e benéfica para a indústria de dispositivos, pois possibilita a união de caraterísticas — mecânicas, térmicas e elétricas — essenciais para este mercado”, analisa Silvia Vaz Guerra Nista, pesquisadora do CCSNano.

Ainda não se sabe quanto esse nanocompósito térmico pode aumentar na autonomia de um carro elétrico ou na vida útil de sua bateria, mas se trata de um avanço para impactar o mercado de baterias nos próximos anos.

Comercialização em grande escala

Após o licenciamento do produto, testes em escala laboratorial para fins comerciais serão feitos. Após esses testes, o produto estará disponível para as empresas interessadas. Um dos mercados que será o foco deste nanocompósito térmico é o de baterias para veículos elétricos.

A expectativa é que as amostras para validação de clientes estejam disponíveis ainda neste ano, com uma possível entrada no mercado já no início de 2024.

Com essas perspectivas, o consumidor final também será afetado, de maneira positiva. Ao se tornar uma realidade no mercado, o produto que chega ao alcance da população com o nanocompósito em sua composição traz as inovações: vida útil prolongada, menos aquecimento e maior durabilidade.

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