O CEO da Tesla, Elon Musk. Foto: Reprodução
Considerado o homem mais rico do mundo, o presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, vendeu US$ 6,9 bilhões (cerca de R$ 35 bilhões) em ações da fabricante de veículos elétricos. Agora, o excêntrico bilionário tem “apenas” 15% de participação na montadora. As informações são da agência de notícias “Dow Jones”.
Mas a venda não tem nada a ver com uma possível crise envolvendo a Tesla, e sim com as complicações das negociações de compra do Twitter. Após anunciar que pagaria US$ 44 bilhões pela rede social, Musk desistiu do negócio, sob a alegação de que a plataforma o enganou. Agora, Twitter e o empresário travam uma batalha legal na justiça.
A venda de ações da Tesla, então, serve como uma medida de precaução. “No caso (espero improvável) em que o Twitter force o fechamento deste negócio e algumas parcerias com acionistas não se concretizem, é importante evitar uma venda emergencial de ações da Tesla”, publicou Musk, na própria rede social.
O caso da venda da plataforma será julgado em outubro. Se for condenado, Musk terá de desembolsar US$ 33 bilhões para pagar a compra. Se não for forçado judicialmente a adquirir a rede social, Musk disse que vai recomprar as ações da montadora.
Papéis lucrativos
Não foi a primeira vez que Elon Musk se desfez de ações da Tesla. Em abril, o bilionário já tinha feito uma venda de US$ 8,5 bilhões em ações da montadora para levantar capital e financiar a compra do Twitter. Na ocasião, disse que não faria novas vendas de títulos.
Musk vendeu cerca de 7,92 milhões de ações entre 5 e 9 de agosto de 2022, de acordo com vários registros. Ele agora possui 155,04 milhões de ações da Tesla ou pouco menos de 15% da montadora, segundo cálculos da Reuters. Em pouco menos de um ano, o bilionário já soma US$ 32 bilhões em vendas de papéis da montadora.
Apesar de todo o imbróglio judicial envolvendo o CEO da empresa, a Tesla divulgou, no final de julho, um lucro de US$ 2,3 bilhões no segundo trimestre de 2022, quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.
Mas, pela primeira vez desde o início de 2021, os lucros da empresa não atingiram recordes. Além disso, o faturamento de US$ 16,9 bilhões também ficou abaixo do esperado para o período.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.