Nissan trabalha para reduzir custos de fabricação de veículos elétricos. Foto: Divulgação/Nissan.
A Nissan está planejando desenvolver sua própria bateria LFP (lítio-ferro-fosfato) para reduzir os custos e equipar os carros elétricos da marca para mercados emergentes. A ideia é ser mais independente na fabricação dos carros. A mudança permitiria uma economia de 20% a 30% em relação às baterias de íons de lítio convencionais NCM (níquel-cobalto-manganês), o que poderia se refletir na redução dos preços para o consumidor final e, consequentemente, no aumento das vendas.
De acordo com o jornal japonês Nikkei, atualmente, a Nissan está desenvolvendo baterias LFP principalmente em seu centro de pesquisa e desenvolvimento na cidade japonesa de Atsugi. A empresa está considerando fabricar a bateria internamente em sua fábrica de Yokohama e em outras instalações.
A marca japonesa se espelha na chinesa BYD, que atingiu níveis consideráveis de crescimento na produção e nas vendas ao desenvolver a grande maioria dos componentes de seus veículos, incluindo a bateria Blade, também LFP, que atualmente é considerada uma das melhores do mundo para veículos elétricos.
Em 2022, 27% dos novos veículos elétricos continham baterias LFP, de acordo com a Agência Internacional de Energia, um enorme salto em relação aos 3% de três anos antes. Os veículos fabricados na China utilizam 95% das baterias LFP fabricadas para VEs. Na China, os veículos elétricos com baterias LFP ultrapassaram os que utilizam NCM em 2021.
Mercados emergentes
Segundo informações da publicação japonesa, a Nissan planeja vender 27 modelos eletrificados até 2030, incluindo veículos elétricos. O objetivo é comercializar baterias de estado sólido já no ano fiscal de 2028, mas uma série de questões permanecem em áreas como custo e durabilidade dessa nova tecnologia.
Por isso, o desenvolvimento das baterias LFP é dada como crucial para o futuro da empresa, que não quer perder mais terreno na comercialização de seus veículos.
A expectativa é que as baterias LFP sejam usadas em veículos elétricos em 2026, em especial nos mercados emergentes, ou seja, nos países que possuem economias em desenvolvimento que estão se expandindo rapidamente e que desempenham um papel cada vez mais importante na economia mundial.
Assim, o Brasil pode receber novidades da marca japonesa em breve. Atualmente, o único carro elétrico da marca disponível por aqui é o Nissan Leaf, mas há planos para o lançamento do SUV Ariya em breve.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.