Venda de veículos elétricos tem tendência de alta. Foto: Envato/Elements
A comercialização de veículos eletrificados (100% elétricos e híbridos) acumula alta de 34,67% nos sete primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior. No caso das motocicletas eletrificadas, a alta supera os 470% no acumulado do ano, na comparação com 2021.
Os dados são da Fenabrave, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, que faz levantamentos mensais sobre o mercado. Desde julho de 2022, a entidade passou a contemplar os dados dos veículos eletrificados em seus informes.
A tendência de crescimento na procura por veículos elétricos no ano já havia sido anunciada pela ABVE, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico, quando registrou a marca de 100 mil veículos eletrificados em circulação no Brasil, desde o início da eletrificação da mobilidade no país, em 2012.
Os resultados de julho de 2022, porém, não foram só de alta. Segundo a Fenabrave, houve redução de 22,9% na comercialização de veículos eletrificados em relação ao mês anterior. No comparativo com o mesmo mês do ano passado, também houve retração, de 13,47%.
O total de emplacamentos de automóveis e comerciais leves eletrificados somou 3.136 unidades, volume menor que os registrados em junho (4.072) e julho de 2021 (3.624).
Para o presidente da Fenabrave, Andreta Jr., a variação é normal. “Como se trata de um mercado ainda em amadurecimento, essas oscilações são esperadas. Além disso, o volume de julho não ficou muito distante da média mensal do ano (3,3 mil unidades, das quais 84% são de modelos híbridos)”, afirma.
Entre as motocicletas eletrificadas, 524 unidades foram emplacadas em julho de 2021, o que representou queda de 1,87% em relação ao mês anterior. Apesar disso, o número foi 103,1% superior ao registrado em julho do ano passado. No acumulado de 2022, ou seja, de janeiro a julho, já foram emplacadas 4.119 unidades, um crescimento de 472,88% em relação ao mesmo período de 2021.
“Tem havido um interesse maior pelas motocicletas eletrificadas, mas vale lembrar que o volume destes veículos, em 2022, representa pouco mais de 0,5% do total de motocicletas a combustão emplacadas”, diz Andreta Jr., citando o levantamento da Fenabrave, que mostrou que mais de 107,6 mil motocicletas a combustão foram emplacadas em julho de 2022.
Setor automotivo geral
O cenário de retração atingiu todos os segmentos somados na comparação com o mês anterior (-2,61%), e queda de 0,6% em relação a julho de 2021. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o setor automotivo apresentou resultado próximo da estabilidade, com baixa de 2,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com a Fenabrave.
“Os segmentos tiveram comportamentos distintos em julho. Alguns registraram números melhores do que os de junho, com destaque para automóveis, comerciais leves e caminhões, enquanto outros, como ônibus e motocicletas, apontaram retração. A queda pode ser explicada por um conjunto de fatores, como a menor oferta, especialmente, no segmento de duas rodas, por conta de problemas na produção e pela maior restrição e aumento do custo de crédito, já que a inadimplência, nos financiamentos de veículos, está em 4,5%, de acordo com os dados divulgados, pelo BACEN, referentes a abril/2022”, diz Andreta Jr.
De acordo com a entidade, a nova redução do IPI para automóveis, que passou de 18,5% para 24,75%, anunciada pelo Ministério da Economia em 29 de julho de 2022, a expectativa é que o volume de emplacamentos de veículos possa crescer até o fim do ano.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.