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21 de maio de 2024

USP terá estação experimental de hidrogênio renovável com etanol

Governador Tarcísio Freitas faz sinal de positivo na direção do Toyota Mirai

O governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, dirige o Toyota Mirai. Foto: Divulgação/Toyota.

A primeira estação experimental do mundo de abastecimento com hidrogênio (H2) renovável a partir do etanol vai sair do papel na Cidade Universitária da USP, em São Paulo (SP). O anúncio foi realizado em cerimônia que contou com a presença do governador Tarcísio Freitas, em 10 de agosto de 2023.

A planta-piloto ocupará uma área de 425 metros quadrados e terá capacidade de produzir 4,5 quilos de hidrogênio por hora, quantidade suficiente para abastecer até três ônibus e um veículo leve. 

O projeto de Pesquisa & Desenvolvimento tem investimento total de R$ 50 milhões da Shell Brasil, obtido com recursos da cláusula de PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O projeto tem ainda como parceiros a Hytron, a Raízen, o Senai CETIQT, o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da USP. 

Além deles, a Toyota participa do estudo com o Mirai, primeiro veículo a hidrogênio do mundo comercializado em larga escala, que possui um conjunto de baterias que são carregadas a partir da reação química entre hidrogênio e oxigênio na célula combustível (Fuel Cell Eletric Vehicle)

“Me dá muito orgulho saber que o primeiro reformador do mundo capaz de transformar etanol em hidrogênio, nessa escala, está sendo construído aqui no Brasil, em São Paulo, na USP. É um protagonismo muito grande do Estado de São Paulo e temos tudo para liderar o processo de transição energética, diminuindo a pegada de carbono, sendo um exemplo de sustentabilidade e economia circular para o mundo”, afirmou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

O projeto não tem objetivos comerciais e reúne investimentos que ultrapassam R$ 182 milhões.

Governador Tarcísio Freitas posa ao lado de executivos durante evento na USP
Governador Tarcísio Freitas inaugura estação experimental de hidrogênio, na USP. Foto: Divulgação/Governo SP.

Como funciona?

De acordo com os pesquisadores da USP, no conjunto de equipamentos que serão instalados na estação haverá um reformador a vapor capaz de converter o etanol em hidrogênio por meio de um processo químico denominado “reforma a vapor”, que é quando o etanol, submetido a temperaturas e pressões específicas, reage com água dentro de um reator.

“Estamos unindo a tecnologia brasileira pioneira da Hytron para demonstrar uma solução disruptiva, na qual o hidrogênio produzido do etanol passa a ter um papel ainda mais relevante e de elevado impacto para a transição energética do país e do mundo”, aponta Daniel Lopes, Diretor Comercial da Hytron.

O etanol necessário para a produção de hidrogênio será fornecido pela Raízen, maior produtora global de etanol da cana-de-açúcar. 

Hoje, o deslocamento do etanol do local de produção até o destino é feito em caminhões-tanque, que têm capacidade para armazenar 45 mil litros, o suficiente para a produção de aproximadamente 7.500 kg de hidrogênio. Esse mesmo veículo conduzindo como carga hidrogênio comprimido conseguiria transportar somente 1.500 kg de hidrogênio, ou seja, 5 vezes menos. Por isso, a importância da estação reformadora mais próxima dos centros urbanos.

“O hidrogênio renovável produzido a partir do etanol terá uma participação relevante na matriz energética nas próximas décadas, principalmente por reduzir significativamente os desafios envolvidos no transporte e distribuição do produto, que pode aproveitar a infraestrutura do etanol já existente nos postos, garantindo o abastecimento de veículos de forma rápida, sustentável e segura”, afirma Ricardo Mussa, CEO da Raízen.

Gráfico mostra o caminho da produção do hidrogênio
Passo a passo: da plantação de cana de açúcar ao uso do hidrogênio. Arte: Divulgação.

Descarbonização no transporte

O hidrogênio produzido na estação vai abastecer os ônibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP). Eles vão circular exclusivamente dentro da cidade universitária. 

O Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras do SENAI CETIQT fará simulações computacionais para tornar o equipamento mais eficiente, identificando oportunidades de aperfeiçoamento e aumentando a taxa de conversão do etanol em hidrogênio renovável. 

Além dos ônibus, a Toyota também cedeu um Mirai para validação dos testes. “O Brasil é um país com forte vocação para biocombustíveis. Entendemos o hidrogênio como uma fonte de energia limpa e renovável, que tem um papel importante nos esforços para reduzir as emissões de CO2”, falou Rafael Chang, presidente da Toyota no Brasil.

“A parceria neste projeto é o primeiro passo da empresa para testar o uso dessa nova tecnologia no país. Temos interesse e disposição para trabalhar em conjunto com o governo do Estado para viabilização do transporte sustentável com uso do hidrogênio renovável a partir do etanol” completou Chang.

“O objetivo desse projeto inovador é tentar demonstrar que o etanol pode ser vetor para o hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria. A tecnologia poderá ajudar a descarbonizar setores que consomem energia proveniente de combustíveis fósseis”, afirmou o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa.

ônibus movido a hidrogênio que vai circular pela USP
Ônibus movido a hidrogênio vai circular pela Cidade Universitária, da USP. Foto: Divulgação/Jornal da USP.

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One Comment

  • Em princípio, a intenção de manter-me atualizado, deixou-me imensamente realizado com a informação!
    Maravilha!!!
    Obrigado
    Oliveira

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