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27 de julho de 2024

Toyota, Shell e USP querem produzir H2 por meio do etanol

Toyota Mirai é um carro sedã e está estacionado em showroom

Toyota Mirai é o primeiro carro de série movido a hidrogênio do mundo. Foto: Divulgação/Toyota.

A Toyota do Brasil vai participar de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para produzir hidrogênio (H2) renovável a partir do etanol. A empresa vai oferecer o Mirai, primeiro carro de série movido à célula de combustível (Fuel Cell Eletric Vehicle) para testes sobre a performance do veículo movido a hidrogênio.

O projeto envolve ainda Shell Brasil, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) e o Senai CETIQT.

“O Brasil tem potencial para ser o protagonista internacional com a descarbonização da frota. Por isso, a Toyota vem investindo, desde o Prius em 1997, em soluções que são práticas e sustentáveis. Uma delas é a tecnologia híbrida-flex produzida aqui no Brasil nas nossas plantas de Indaiatuba e Sorocaba, desenvolvida para o mercado brasileiro em uma parceria com o Japão, e que se tornou líder no mercado de eletrificados”, diz Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil.

“Em um país com forte vocação para biocombustíveis, temos opções prontas para incentivar a economia neste período de transição para uma futura agenda neutra em carbono. Agora, com o Mirai abastecido com hidrogênio produzido de uma fonte 100% renovável, como o etanol, o futuro do Brasil pode ser cada vez mais verde”, afirma.

O veículo será entregue, ainda neste primeiro semestre, ao Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI) da USP, criado em 2015, com financiamento da FAPESP e da Shell, que desenvolve a pesquisa. Além do Toyota Mirai, o hidrogênio renovável vai abastecer três ônibus que circularão na Cidade Universitária da USP.

 

Pegada de carbono

Com investimentos de R$ 50 milhões da Shell, o projeto de P&D também pretende calcular a pegada de carbono do ciclo ‘campo à roda’, ou seja, mensurar as emissões de CO2 na atmosfera, desde o cultivo da cana até o consumo do hidrogênio pela célula combustível do veículo.

“O objetivo desse projeto de P&D inovador é demonstrar que o etanol pode ser vetor para produzir hidrogênio renovável, aproveitando a logística já existente da indústria de etanol”, destaca Alexandre Breda, gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasil.

“A produção local de hidrogênio renovável por meio da reforma do etanol é uma solução eficiente, sustentável e facilmente replicável globalmente, devido ao baixo custo de transporte do biocombustível”, afirma Mateus Lopes, diretor de Transição Energética e Investimentos da Raízen.

 

Toyota Mirai

O Mirai é um carro elétrico em sua essência, mas que não utiliza recarga elétrica externa, pois é movido por meio de uma reação química entre hidrogênio e oxigênio. Assim funciona um FCEV (Fuel Cell Eletric Vehicle).

O hidrogênio é armazenado em tanques enquanto o oxigênio vem de fora do carro. A mistura causa uma reação química, liberando energia, que é transformada em eletricidade, que carrega uma bateria que, por fim, alimenta o motor elétrico. Como resultado, um veículo 100% livre de CO2, com autonomia estimada em 600 km e que emite apenas vapor d’água pelo escapamento.

O hidrogênio é uma das grandes promessas para a descarbonização do planeta. Além de ser potencialmente inesgotável por ser o elemento mais abundante no universo, quando extraído de fontes renováveis pode, de fato, ser zero emissões.

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One Comment

  • Ideia ótima,gostaria de ter um carro movido a hidrogênio ao invés do elétrico.

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