Alberto Longo é co-fundador e chefe de competições da Fórmula E. Foto: Rubens Morelli.
Um dos propósitos da Fórmula E é apresentar ao grande público novas tecnologias que podem ser utilizadas em carros comerciais. Funciona como um grande laboratório, a céu aberto e ao redor do mundo, mostrando a eletromobilidade em alta performance.
Quem assistir ao São Paulo E-Prix neste sábado, 25 de março de 2023, às 14h, presencialmente no Sambódromo do Anhembi, ou pela TV, verá os carros elétricos mais rápidos, mais potentes e mais eficientes já construídos em ação.
Em entrevista exclusiva ao Canal VE, Alberto Longo, co-fundador e chefe de competições da Fórmula E, disse que a presença da categoria no Brasil vai ajudar a impulsionar a eletromobilidade no país.
“A realidade é que a mobilidade elétrica está crescendo muito nesse país, e a Fórmula E é uma plataforma que pode ajudar a aumentar esse interesse do público brasileiro. No uso diário de um carro do ponto A ao ponto B, é muito importante que as pessoas tenham consciência de que o uso de um veículo elétrico é bom para o meio ambiente, bom para as mudanças climáticas e provavelmente a melhor ferramenta que temos na humanidade para lutar contra esse problema (aquecimento global), que é uma grande calamidade”, afirmou.
Desenvolvimento constante
Desde a temporada inaugural, em 2014, a categoria ofereceu soluções que estão presentes nos carros comerciais atuais. Um exemplo é a capacidade das baterias. O desenvolvimento das baterias na Fórmula E é crucial para que os carros elétricos atuais possam ter mais autonomia.
“Nós estamos vivendo a transferência da tecnologia desenvolvida na Fórmula E para os carros comerciais. Carros como o Nissan Leaf ou o Jaguar Type, por exemplo, são carros que utilizam o software, alguns componentes tanto da unidade de potência do motor como da bateria, são utilizados nesses carros, que conseguem ser mais eficientes. Aliado a isso está o mesmo trabalho duro na fábrica, então eles podem ter uma maior autonomia”, explica Longo.
“No caso, por exemplo, do Nissan Leaf, os carros são 300% mais eficientes desde que a Nissan entrou na Fórmula E desenvolvendo essa tecnologia para colocar nos carros comerciais”, completa.
Para Florian Modlinger, diretor técnico da equipe Porsche, atual líder do campeonato, o desenvolvimento dos carros da Fórmula E vem surpreendendo ano após ano.
“Se você levar em consideração que a Fórmula E tem apenas 9 anos de existência, somos uma série jovem, mas já estamos na terceira geração de carros. Nós atualizamos os tipos de pneus, aumentamos a potência dos motores, ampliamos o tamanho e a eficiência das baterias. Hoje temos um carro que chega a 600 kW de potência. Então, estamos construindo um legado para o futuro”, afirma.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.