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24 de novembro de 2024

Rodovia do futuro vai carregar carros elétricos em movimento

Ilustração mostra trecho de rodovia onde será instalado sistema de recarga por indução

Trecho de rodovia estadual na Flórida terá sistema de recarga por indução. Foto: Divulgação/ENRX.

Enquanto o Brasil ainda engatinha na implantação de infraestrutura de recarga nas proximidades de rodovias, um projeto na Flórida, EUA, promete carregar indutivamente veículos elétricos com 200 kW durante a condução em um trecho da estrada. 

A empresa norueguesa ENRX anunciou que vai instalar uma seção de cerca de 1,6 km de comprimento nas quatro pistas da Rodovia Estadual 516, próxima a Orlando, para a recarga das baterias dos carros elétricos que passarem pelo trecho por meio de indução.

O princípio é simples: as baterias dos veículos elétricos são equipadas com um receptor especial e carregadas à medida que passam pelas bobinas embutidas na estrada. No processo, a energia é transferida dessas bobinas para o bloco receptor montado no piso do veículo, que, de acordo com a ENRX, deve fornecer “uma fonte de alimentação sem fio segura” mesmo em velocidades de autoestrada.

De acordo com a empresa, as vantagens do “sistema de estrada elétrica de próxima geração” mencionadas incluem interoperabilidade, diferentes níveis de potência de saída para diferentes tipos de veículos e baterias ou distância definida pelo usuário entre o solo e o veículo. Além disso, o sistema (no lado da infraestrutura) deve ser isento de manutenção após a instalação.

No entanto, os detalhes sobre o funcionamento da operação ou como ela difere de outros sistemas para carregamento indutivo dinâmico não são mencionados no comunicado de imprensa. A eficiência da transferência de energia também ainda não é conhecida.

Caminhão é visto de frente passando por trecho de asfalto marcado por sistema de recarga
Caminhão passa por trecho equipado com sistema em fase de testes. Foto: Divulgação/ENRX.

Sem ansiedade na direção

Para o CEO da ENRX, Bjorn Eldar Petersen, a nova tecnologia promete revolucionar, mais uma vez, a mobilidade elétrica. “Quando você pode carregar enquanto dirige, a ansiedade de alcance e as paradas frequentes de carregamento serão coisas do passado”, disse.

“Nossa experiência em tecnologia de indução nos permite fornecer carregamento a 200 kW, mesmo em altas velocidades.” 

Além disso, ele explica como isso mudaria os requisitos para a construção de veículos elétricos. “O carregamento dinâmico pode reduzir a necessidade de grandes capacidades de bateria, permitindo que os carros sejam equipados com baterias mais leves e acessíveis”, afirma.

 

Modelo semelhante na Suécia

A Suécia é outro país que pode contar com uma rodovia eletrificada no futuro, permitindo que carros, ônibus e caminhões elétricos recarreguem a bateria em movimento. 

De acordo com relatórios da Euronews, a autoridade de transporte sueca Trafikverket selecionou a autoestrada E20 para passar pela conversão. A rodovia liga as cidades de Hallsberg e Örebro.

O projeto está atualmente em fase de planejamento, com a construção prevista para ser concluída até 2025. Espera-se que isso abra caminho para mais 3.000 km de estradas elétricas na Suécia até 2035. 

O método de carregamento para a E20 ainda não foi definido, com três opções atualmente em consideração: o sistema catenário, o sistema condutivo (baseado no solo) e o sistema indutivo. 

O sistema de catenária usa fios aéreos para fornecer eletricidade a um determinado ônibus ou bonde e só pode ser usado para veículos pesados. O sistema de carregamento condutivo funciona tanto para veículos pesados ​​quanto para carros particulares, desde que haja um sistema de condução como um trilho. Já o sistema de carregamento indutivo usa equipamentos especiais enterrados embaixo da estrada que enviam eletricidade para uma bobina no veículo elétrico, que carrega a bateria.

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  • Seria ótimo implantar esse sistema de carregamento indutivo na futura Rodovia Bioceânica ligando Mato Grosso do Sul aos Portos Chiilenos, diminuindo assim os custos do transporte do agro aos Portos Asiáticos.

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