Nordeste brasileiro tem potencial para assumir protagonismo na produção de hidrogênio verde. Foto: Reprodução.
Com bons ventos e abundância de sol, a região Nordeste do Brasil é uma localidade estratégica para que o Brasil venha a atingir a neutralidade carbono e desponte como um dos principais players do mercado de hidrogênio verde (H2V).
O hidrogênio (H2) pode ser usado como fonte de energia de veículos elétricos movidos a células de combustível, chamados de FCEV (Fuel Cell Electric Vehicle). Se for produzido a partir de energia limpa, é considerado hidrogênio verde.
Somente em janeiro deste ano, a região brasileira produziu mais de 9.200 MW médios de energia solar e eólica, segundo informações da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
Trata-se de um montante que, segundo o órgão, reforça o potencial que a localidade possui para se transformar em um hub de desenvolvimento da fonte, que não gera emissões de carbono e que tem potencial de geração a partir de eólicas em terra (onshore), no mar (offshore) e de plantas fotovoltaicas (energia solar).
Atualmente, vários estados do Nordeste já estão chamando a atenção do mundo por causa de seus projetos, como o Ceará – com a criação de um hub do hidrogênio verde – e a Bahia, que está investindo mais de US$ 1,5 bilhão no desenvolvimento de um projeto em escala industrial.
Carros movidos a hidrogênio
Os veículos do tipo FCEV (Fuel Cell Electric Vehicle) utilizam o hidrogênio (H2) como fonte de energia. A eletricidade é gerada a partir de uma reação química do hidrogênio líquido pressurizado com o oxigênio (O2) para alimentar o motor.
Diferentemente dos demais modelos eletrificados, o FCEV pode ter um conjunto mais leve de baterias, e a recarga se assemelha à dos carros a combustão: o combustível fica armazenado em um tanque, que pode ser reabastecido em poucos minutos em postos de serviços.
Esse tipo de carro elétrico ainda está entrando no mercado. Um exemplo é o Toyota Mirai. Por enquanto, está disponível apenas nos Estados Unidos.
Hidrogênio verde no Brasil
O hidrogênio verde é uma fonte de energia que pode ser usada em processos industriais e atividades dependentes de combustíveis fósseis. Atualmente, diversos países, como Estados Unidos e Japão, já sinalizam para o mundo que estão dispostos a pagar um preço pela fonte.
Neste sentido, associações e entidades ligadas ao setor de renováveis, destacam que o H2V apresenta para o Brasil uma versatilidade importante no contexto da transição energética, uma vez que pode ser utilizado como fonte de baixo carbono em setores de difícil descarbonização ou como vetor para o armazenamento de energia e exportação.
Recentemente, um levantamento realizado pela McKinsey & Company avaliou que o Brasil tem totais condições de atingir um patamar destaque no mercado internacional, sobretudo como exportador.
As projeções da companhia mostram que o país tem condições de produzir e exportar cerca de 3,8 milhões de toneladas de hidrogênio verde até o final de 2040, garantindo assim mais de R$ 6 bilhões com venda da tecnologia.
Coordenador da Revista Canal Solar. Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.