Ônibus elétricos precisam de infraestrutura de recarga nas grandes cidades. Foto: Divulgação/Prefeitura de São Paulo.
A necessidade de modernização do transporte público urbano, incluindo eletrificação da frota de ônibus, aparece como um dos setores com maior potencial de investimento em infraestrutura no Brasil.
É o que mostra o novo Barômetro da Infraestrutura, estudo elaborado pela EY em parceria com a ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), que coloca o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, como um acelerador dos investimentos do tipo.
O Novo PAC prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão até 2026 em diferentes áreas, com os recursos vindos do orçamento da União, de empresas estatais e de financiamentos, com participação significativa do setor privado.
No levantamento anterior, a mobilidade urbana não aparecia entre os principais setores considerados pelos empresários e especialistas do setor de infraestrutura. Mas, de acordo com a última edição, referente ao segundo semestre do ano passado, o setor voltou a chamar a atenção do mercado em termos de intenção de investimentos para os próximos três anos.
No levantamento desse período foi verificado um cenário favorável para a promoção de investimentos nos próximos seis meses, acima do verificado nos últimos dois anos da pesquisa. O percentual de entrevistados que considera o cenário para investimentos favorável aumentou (44,4% agora, ante 31,9% no levantamento passado), destacando-se significativa redução do percentual de entes com uma percepção desfavorável (24,2% agora e 37,8% antes).
Eixos de investimento
Os recursos previstos pelo Novo PAC deverão contemplar nove eixos de investimentos, distribuídos entre: cidades sustentáveis e resilientes; transição e segurança energética; transporte eficiente e sustentável; defesa; educação; saúde; água para todos; inclusão digital e conectividade; e infraestrutura social e inclusiva.
De acordo com o estudo, a maior parte do dinheiro, o equivalente a R$ 610 bilhões, será destinada às cidades sustentáveis e resilientes, englobando iniciativas como o programa “Minha Casa, Minha Vida”, mobilidade urbana e esgotamento sanitário.
O eixo de transição e segurança energética receberá R$ 540 bilhões, enquanto obras de infraestrutura de transporte, como rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias contarão com R$ 349 bilhões.
Pesquisa semestral
O Barômetro da Infraestrutura Brasileira é uma sondagem semestral realizada pela ABDIB e pela EY, de forma digital, com o objetivo de captar a opinião de gestores, de investidores e de especialistas que apoiam a estruturação de projetos de infraestrutura.
Para a elaboração da 10ª edição do documento, foram captadas 392 respostas no intervalo de 24/10/2023 a 06/11/2023. É possível ler o estudo completo aqui.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.