Ano de 2024 deve ser marcado por novos recordes nas vendas de veículos eletrificados, segundo a Anfavea. Foto: Envato/Elements
Mesmo com amplo crescimento no ano de 2023, os veículos híbridos e elétricos devem quebrar recordes de vendas no ano de 2024, conforme dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Segundo a associação de fabricantes, as vendas destes devem crescer 61% em 2024, passando de 88.800 unidades para 142.000. A projeção foi feita com base no número estimado de 2023, visto que os números do mês de dezembro ainda não foram divulgados.
Conforme as projeções, a venda dos modelos elétricos em 2024 pode chegar a 24.100 unidades, isso representa 8.900 exemplares a mais do que o número de 2023. Já para os veículos híbridos, a projeção de mercado é ainda mais otimista. Esse modelo deve saltar de 73.600 unidades comercializadas em 2023 para 117.900 em 2024, um crescimento de 44.300 carros híbridos a mais que o ano anterior.
O crescimento do mercado de veículos eletrificados no Brasil vem ganhando força desde 2020, quando representava cerca de 19.700 unidades, em sua grande maioria de modelos híbridos.
Se analisarmos todos os anos desde então, foram 35.000 híbridos e elétricos em 2021 (77% a mais), 49.200 em 2022 (41%), 88.800 em 2023 (80%) e, agora, a previsão é de 142.000 (61%).
Crescimento do interesse
Em uma pesquisa realizada pela EY Brasil, o interesse do consumidor brasileiro em adquirir um modelo elétrico está acima do número global, contudo ainda existem preocupações, que impedem esses números de serem ainda maiores.
O “Índice de Mobilidade do Consumidor” mostrou que 57% dos brasileiros têm a intenção de comprar um modelo elétrico, enquanto a média global fica em torno de 55%.
Os principais motivos para a compra de automóveis desse tipo são os altos preços dos combustíveis e as preocupações ambientais, ambos com 46%. Outras razões são a capacidade de tração integral (27%) e a melhor eficiência do motor elétrico ou híbrido (24%).
Contudo, esse número poderia ser ainda maior, visto que, segundo a pesquisa, o consumidor ainda esbarra em alguns pontos de interrogação com relação à eletromobilidade no Brasil.
O custo de compra inicial (38%), falta de estação de carregamento (36%) e infraestrutura inadequada de carregamento (30%) aparecem como as três principais preocupações dos potenciais compradores no Brasil.
“O Índice de Mobilidade do Consumidor é um estudo que fornece informações únicas sobre as mudanças observadas nos padrões de viagens e no mix de mobilidade no mundo pós-COVID. Com ela também é possível notar que os consumidores brasileiros estão mais inclinados a comprar automóveis elétricos devido ao alto custo dos combustíveis e a emissão de gases, mas a falta de infraestrutura e o valor a ser investido ainda são impeditivos”, explica Marcelo Frateschi, sócio da EY especialista no setor automotivo.
Graduando em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, possui experiência na criação de conteúdo para sites, blogs e redes sociais. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.