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20 de maio de 2024

Maior consciência ambiental é rota para mobilidade sustentável

Imagem conceitual mostra carro de brinquedo coberto de folhas com fio de tomada à sua volta, em um fundo branco

Consumidores brasileiros buscam alternativas sustentáveis para o transporte, segundo estudo. Foto: Envato/Elements.

O aumento da consciência ambiental do consumidor brasileiro será crucial para o crescimento da mobilidade elétrica no país, mas isso só será realidade se houver elementos estruturantes que viabilizem esse futuro. É o que aponta o novo estudo da consultoria McKinsey & Company: “Acelerando a mudança rumo à Mobilidade Sustentável no Brasil”.

O documento estima que, em 2040, o Brasil pode ter 11 milhões de veículos totalmente elétricos (BEV) circulando por ruas e avenidas. O volume representaria 55% das vendas de novos veículos, 20% de todo o parque instalado e uma receita anual de US$ 65 bilhões (o equivalente hoje a R$ 335,1 bilhões).

O estudo foi realizado com base em uma pesquisa com mais de 3 mil entrevistados no Brasil, sendo a maioria moradora de grandes centros urbanos, com idade entre 30 e 49 anos, e renda mensal entre R$ 4 mil e R$ 12 mil.

Na pesquisa, foi identificado que o brasileiro é mais sensível que pessoas de outras nacionalidades às questões sustentáveis à mobilidade elétrica. Porém, segundo a publicação, o preço e a falta de previsibilidade na recarga das baterias durante as viagens são barreiras maiores em comparação com consumidores de outros países.

Motorista faz recarga de veículo elétrico amarelo
Recarga de veículo elétrico. Foto: Envato/Elements

 

Sustentabilidade como norte

De acordo com a pesquisa, 44% dos entrevistados brasileiros buscam uma alternativa sustentável de transporte para o dia a dia (contra 33% na média mundial). Já 24% dos entrevistados brasileiros se consideram entusiastas da mobilidade livre de emissões (enquanto a média mundial é de 18%). 

Em relação à intenção de compra, 26% dos consumidores brasileiros têm o desejo de adquirir um carro sustentável, sendo que 15% deles optariam por um modelo totalmente elétrico, e 11% um modelo híbrido. Ainda dentro desse universo, segundo a pesquisa, mais de 30% dos entrevistados efetuariam a compra mesmo que não conseguissem recarregar o veículo em sua casa. 

O desejo por esse tipo de veículo é tão significativo que 55% dos entrevistados dizem estar dispostos a pagar valores entre 5% e 20% a mais por um carro eletrificado do que um similar a combustão. Apesar disso, 40% ainda se preocupam com o preço de compra.

 

Custo Total de Propriedade

O estudo indica que o TCO (Total Cost of Ownership, ou Custo Total de Propriedade, na tradução livre) de carros elétricos tem uma tendência de queda em comparação com modelos tradicionais. 

Para veículos de segmento médio, por exemplo, o TCO de um carro elétrico já é menor do que de um veículo a combustão para casos de uso intenso, ou seja, acima de 150 km/dia). Além disso, até 2030, ele será inferior também para veículos comerciais e de uso pessoal, com menos quilometragem diária. 

Dessa forma, espera-se que a barreira econômica, aos poucos, seja menos relevante para os consumidores, ampliando o mercado de consumidores de veículos elétricos.

Homem manuseia smartphone durante recarga de veículo elétrico
Usuário faz gerenciamento de recarga de veículo elétrico. Foto: Envato/Elements

 

Oportunidades de negócios

De acordo com a MCkinsey, as próximas décadas serão marcadas por uma grande transformação na indústria de mobilidade no Brasil. As tendências evidenciadas na China, Europa e Estados Unidos serão reverberadas pelo mundo, criando oportunidades de negócio em todas as etapas da cadeia de valor do setor. 

Hoje, essa indústria soma US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) de receita anual no Brasil, mas esse número chegará a cifras volumosas em pouquíssimo tempo: até 2025 deve quadruplicar, e em 2040, alcançar US$ 65 bilhões (R$ 335,1 bilhões).

“Já somos uma potência quando o assunto é energia limpa — seja hídrica, solar e eólica. Se estivermos ainda mais próximos da sustentabilidade — e a mobilidade é um caminho altamente possível para avançarmos nos compromissos assumidos no Acordo de Paris — seremos protagonistas numa transformação global que tem envolvido a disrupção de diversos setores da economia”, conclui o estudo.

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