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27 de julho de 2024

EPE aponta que eletrificação no Brasil deve avançar em nichos

Imagem mostra furgão Citroên e-Jumpy branco em rua com prédios coloridos ao fundo

Furgão elétrico Citroën e-Jumpy tem foco nas operações urbanas. Foto: Divulgação/Stellantis.

A eletrificação da mobilidade no Brasil deve avançar em nichos, como os veículos comerciais e caminhões leves, responsáveis pelas entregas de última milha, e os ônibus urbanos, devido a restrições ambientais e pressões de sustentabilidade sobre as empresas. Pelo menos, essa é a conclusão do caderno “Eletromobilidade”, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), divulgado no início de fevereiro de 2023.

O documento, apresentado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), está no âmbito do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2032, e confirma a expectativa de elevação de motorizações alternativas no licenciamento de novos veículos semileves e leves em cerca de 20% para elétricos e 15% para híbridos, em 2032.

Embora reconheça que a eletrificação de veículos avança rapidamente no mundo, “atingindo participações significativas nos licenciamentos totais em alguns importantes mercados”, o estudo avalia que “a dificuldade de financiar governos devido à perda dos tributos sobre combustíveis fósseis, e o custo da infraestrutura de recarga e da rede elétrica são desafios” para o crescimento da frota no Brasil.

Renault Kangoo Z.E. azul é visto circulando em trecho urbano
Renault Kangoo Z.E. é solução de mobilidade elétrica para entregas de última milha. Foto: Divulgação/Renault.

Motivações diferentes

O documento afirma que os países que estão à frente da transição energética da mobilidade têm motivações distintas para acelerar a eletrificação. China e Índia, por exemplo, têm “elevados índices de poluição local e alta dependência de importações de petróleo e gás natural”, segundo o estudo, que ainda afirma que os chineses buscam a liderança tecnológica. 

A disputa pela liderança tecnológica e a hegemonia mundial em mais uma revolução industrial seriam as principais motivações dos Estados Unidos. Na Europa, a “dependência de importações de petróleo e gás, renovadas preocupações com a segurança energética e pressões de suas populações para agir contra o aquecimento global” pesam mais para a transição.

Já o Brasil, de acordo com o estudo, “não sofre as mesmas pressões para eletrificar rapidamente sua frota, por ser pouco dependente de importações de energia, não disputar a liderança tecnológica, biocombustíveis serem disseminados, não ter a mesma demanda emergencial por redução da poluição local, e pela dificuldade de arcar com os subsídios necessários para estimular a eletrificação no curto prazo perante a necessidade de promover o crescimento e a distribuição de renda”.

Furgão elétrico BYD eT3 branco circula por avenida em cidade
Furgão elétrico BYD eT3 foi desenvolvido para atuar nas cidades. Foto: Divulgação/BYD.

Demanda por baterias

O caderno pontua que o desequilíbrio entre oferta e demanda de materiais e de baterias se refletem nos preços dos veículos, dificultando a adoção maciça dos elétricos. Ao mesmo tempo, a aceleração nas vendas faz aumentar a demanda por baterias, o que evidencia problemas como escassez de oferta de minerais e riscos geopolíticos associados à sua exploração.

Assim, mesmo considerando possíveis aumentos de oferta futura, “para os cenários mais otimistas de adoção de veículos elétricos, pode não haver capacidade suficiente de produção de baterias”, diz o estudo.

Imagem mostra veículos em movimento em grande avenida de São Paulo
Movimento de veículos na Avenida Paulista, em São Paulo. Foto: Envato/Elements.

Projeção para o futuro

O caderno “Eletromobilidade”, do Plano Decenal de Expansão de Energia 2032, da Empresa de Pesquisa Energética (PBE) ressalta que as projeções de eventos futuros publicadas no documento refletem a visão do Ministério de Minas e Energia e do PBE, mas que os dados, as análises e as informações contidas na publicação não são garantia de realizações e acontecimentos futuros. O documento completo pode ser acessado aqui.

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