Canal VE

12 de maio de 2024

Infraestrutura de recarga é tema de debate no Canal Conecta

Rafael Rebello, Edgar Barassa, Rubens Morelli e Bruno Kikumoto (da esq. para a dir) participam de debate no Canal Conecta 2023. Foto: Ericka Araújo/Canal Solar.

“Como ampliar a infraestrutura de recarga no Brasil?” foi o tema do painel dedicado à mobilidade elétrica na segunda edição do Canal Conecta, congresso realizado pelo Canal Solar em parceria com o Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo), realizado em São Paulo (SP), em 24 de outubro de 2023. 

O evento reuniu entidades setoriais, agentes e profissionais interessados no mercado de energia solar para uma imersão no setor fotovoltaico brasileiro, e, pela primeira vez, abriu espaço para discussão sobre os caminhos da eletromobilidade no Brasil.

O painel contou com a participação de Rafael Rebello, diretor de Power Mobility da Raízen, Edgar Barassa, sócio-fundador da Barassa & Cruz Consulting, e Bruno Kikumoto, diretor do Canal Solar, e teve a moderação do jornalista do Canal VE, Rubens Morelli.

Como tema central do debate, os painelistas analisaram a expansão da frota de veículos elétricos no país e a importância de uma infraestrutura de recarga robusta e descentralizada para atender a demanda do crescimento dos veículos 100% elétricos (BEV) e híbridos plug-in (PHEV), que dependem de fonte de energia elétrica externa, e as oportunidades de novos negócios no setor elétrico brasileiro.

 

Jornada do consumidor

Em sua fala, o diretor de Power Mobility da Raízen, Rafael Rebello, destacou a importância de se entender a jornada do consumidor para definir qual o tipo de investimento necessário para a infraestrutura de recarga. 

“O proprietário de um veículo elétrico planeja a sua viagem, seja para o trabalho ou para o lazer. E quer uma estação de recarga que o atenda quando for necessário. Em casa ou no escritório, o carregador pode ter menos potência, com baixo investimento, para fazer a recarga do veículo em um tempo maior, enquanto uma recarga de oportunidade, no shopping, na academia ou no supermercado, demanda uma estrutura com uma capacidade maior para suportar uma recarga em uma hora, uma hora e meia. Já numa viagem, é preciso um eletroposto com potência alta, de 50 kW, 100 kW, 150 kW, que possa recarregar o carro em alguns minutos”, disse Rafael Rebello.

O executivo salientou ainda a importância de escolher um local adequado para a instalação da estação de recarga, que ofereça boas condições de conectividade, facilidade de operação do sistema e segurança, tanto do ponto de vista energético como do ambiente. “O consumidor vai ficar parado ali por um tempo, então precisa de um local seguro e eficiente”, completou.

 

Desafios da infraestrutura

O sócio-fundador da Barassa & Cruz Consulting elencou os desafios do país para alavancar a infraestrutura de recarga, mas destacou o crescimento do número de eletropostos públicos e semipúblicos nos últimos dois anos. “O Brasil passou de pouco mais de 700 eletropostos públicos em 2021 para cerca de 3,8 mil em 2023, e a tendência é que esse número continue crescendo”, disse Edgar Barassa.

O especialista em eletromobilidade, que é doutor em Política Científica e Tecnológica pela Unicamp, apresentou dados do Roadmap Nacional para Infraestrutura da Mobilidade Elétrica no Brasil, o qual ele ajudou a construir em 2021 em parceria com outros nomes importantes do setor, e que serve de referência para a adoção de estratégias, tanto de políticas públicas quanto da iniciativa privada, para o expansão da eletrificação no Brasil.

“Do ponto de vista do usuário de veículo elétrico, sempre havia a insegurança se ele ia encontrar um eletroposto disponível e se estaria energizado para conseguir fazer a recarga. Hoje já existe mais opções de recarga do que na época do estudo, mas esses pontos também estão mais disputados”, afirmou Barassa.

Um gargalo observado pelos painelistas é como agregar diversos comercializadores de energia. Hoje o proprietário de veículo elétrico precisa ter diversos aplicativos para realizar a recarga do seu veículo, o que contrasta com a experiência comum dos motoristas de carros a combustão.

“Você vai tanto num posto Shell ou num Ipiranga e faz o abastecimento do seu veículo a combustão rapidamente. No caso da recarga do veículo elétrico é diferente. Hoje a gente ainda tem uma necessidade por múltiplos aplicativos, cada um com a interface da empresa responsável pelo eletroposto, o que pode gerar desconforto para o usuário. Outros países, como Portugal, por exemplo, já possuem uma estrutura unificada de uso e cobrança, que melhora a experiência da recarga”, pontuou Barassa.

 

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