Canal VE

7 de dezembro de 2024

Ferramenta calcula viabilidade de instalação de carregador de VE

Mão feminina segura plugue de carregador de veículos elétricos instalado na parede

Instalação de estação de recarga para veículos elétricos é oportunidade de negócio. Foto: Envato/Elements.

A falta de uma maior infraestrutura de recarga para carros elétricos no Brasil ainda gera preocupação em possíveis novos consumidores. Apesar disso, o mercado de veículos eletrificados segue em crescimento no país, com números positivos mês a mês, dando mostras de que a mobilidade elétrica veio para ficar.

Assim, investir em carregadores para carros elétricos e híbridos plug-in pode ser uma boa oportunidade de negócio para as empresas que querem participar da revolução da mobilidade. 

Para acelerar a transição energética, a Voltbras, empresa de tecnologia de Florianópolis (SC) que fornece soluções para redes de recarga, disponibilizou uma calculadora para o interessado em instalar uma estação de recarga verificar a viabilidade do negócio.

A ferramenta permite a inserção de dados, como o valor do equipamento, da instalação, número de recargas por mês, etc. Depois, a calculadora compara esses dados com diversos indicadores, como valores de referências de custos, manutenção e recarga, além do tempo necessário para o payback, entre outros, para avaliar se a instalação é viável.

“O nosso objetivo com a calculadora é fazer o pessoal entender um pouquinho desses números. Até então, falando de recarga de carros elétricos, ninguém entendia muito bem como se fazia essa conta, o que tem, o que não tem, as variáveis. Então, ali a gente traz uma referência de custos, de valores médios para que o dono do estabelecimento consiga ensaiar essa conta”, afirma Rodolfo Levien, CRO e co-fundador da Voltbras. 

Imagem mostra planilha de custos em computador
Calculadora simula o custo operacional dos carregadores elétricos. Arte: Paula Gonzaga/Canal VE.

Cobrança pela recarga

Com a normativa 1.000, que contempla a resolução 819 de 2018 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), é possível cobrar pela recarga de carros elétricos em estabelecimentos comerciais no Brasil. No entanto, ainda se discute a forma apropriada para a venda da energia, uma vez que ela pode ser tratada como produto ou serviço — cada definição com uma tributação diferente. 

Assim, de acordo com a empresa, para que o interessado em investir em uma rede de recargas possa efetivamente fazê-lo, é imprescindível entender qual o seu real custo de operação, principalmente por causa da discussão de temas tributários.

Outro aspecto é avaliar se o local escolhido para a instalação da estação é ideal para lucrar com o negócio. Dependendo do tipo de equipamento disponível para os consumidores, e da sua localização, a recarga pode até ser gratuita, desde que haja conveniência para o cliente. Assim, instalações em shopping centers, restaurantes e áreas de lazer atraem os consumidores para seus estabelecimentos com carregadores gratuitos, enquanto eletropostos em rodovias tendem a cobrar pelas recargas. 

“O custo desse valor cobrado pela recarga, essa unidade de tempo pela energia, varia muito conforme o investimento do local. Vamos supor que todos comprem a energia elétrica pelo mesmo preço. Tem carregadores de rodovia que custam centenas de milhares de reais. São R$ 200 mil, R$ 300 mil, R$ 400 mil para aquisição do equipamento e implantação da infraestrutura, e o proprietário desse equipamento não tem como entregar essa recarga, o valor do minuto ou da energia, pelo mesmo valor do carregador de cidade que custou R$ 7 mil, R$ 8 mil, para compor aquele ponto de recarga”, explica Levien.

“Uma regra é clara: quanto mais rápido for a recarga, mais caro fica, porque o equipamento custa muito mais. Mas, para alguns modelos de negócios, o investimento vai fazer sentido” afirma o diretor.

Rodolfo Levien tem aparência jovem, com barba e bigode, e está sentado em mesa na empresa
Rodolfo Levien, CRO e co-fundador da Voltbras. Foto: Divulgação/Voltbras.

 

Referência contribui na tomada de decisão

Segundo Levien, a calculadora da Voltbras fornece informações precisas para que o interessado na instalação de uma estação de recarga esteja preparado para tomar a decisão de fazer o investimento.

“A gente percebe como maior dificuldade que os clientes têm quando vêm falar conosco é modelar [o tipo de negócio], pois se eu considero uma recarga por dia é um valor. Se eu considerar duas, será outro valor. É uma diferença pequena, mas uma viabiliza o negócio e outra inviabiliza. É o que a gente tenta trazer para que o mercado consiga se organizar e se dispor a investir, calculando o risco que está correndo.”

 

Segurança na recarga

Outra vantagem da instalação de um carregador elétrico é a segurança. Diferentemente de postos de combustíveis, que precisam respeitar regras específicas, como distância mínima para tipos de comércios ou residências, entre outras, haja vista a periculosidade da manipulação desses combustíveis, a estação de recarga precisa apenas da rede de energia e atender às normas vigentes para instalações elétricas.

“É um equipamento muito mais seguro, e a energia está disponível em todo lugar. Toda casa, todo estabelecimento tem um ponto de energia. Obviamente a gente tem de se atentar às normas de instalação, porque é um equipamento elétrico que tem um potência relevante, então precisa ter os dispositivos de proteção corretos, a instalação precisa ser bem feita, como tudo, né?”, conta Levien.

Por fim, o dono do estabelecimento precisa avaliar se o público dele tem o perfil para isso. “Hoje [quem tem carro elétrico] é de um perfil A, B. Amanhã vai ser um perfil A, B e C, e depois vai popularizando. Mas, para ele não tomar prejuízo logo de cara, tem que avaliar se tem o público que tem carro elétrico e frequenta o local. Se sim, pode fazer mais sentido.”

Outra dica é dividir os custos com empresas parceiras. “Ela pode fazer o investimento 100% dele, ou às vezes contar com empresas parceiras. Nós temos clientes que são especialistas nisso. O cara quer ter, ele te ajuda a fazer a conta, te ajuda a ver se faz sentido, divide o investimento ou aluga o equipamento pra você não fazer um investimento alto, e à medida que esses carregadores vão crescendo, isso também vai crescendo. E aí a expansão dos carregadores vai ser natural conforme a demanda”, completa Levien.

 

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