Saiba se é possível converter um carro a combustão em elétrico. Foto: Elements/Envato.
Embora os carros elétricos estejam se popularizando no Brasil, é inegável que ainda exista um longo caminho para tornar esses modelos acessíveis para todos.
Atualmente, o modelo 100% elétrico mais barato no mercado é o Renault Kwid E-Tech, por R$ 146.990,00.
Mas, para aqueles que querem usufruir dos benefícios que os carros elétricos oferecem, como a economia no abastecimento, o silêncio e a sustentabilidade,
é possível converter carros a combustão em elétricos.Mas antes de você colocar seu carro em uma oficina especializada em retrofit para alterar o motor, leia nossa matéria e tire todas as suas dúvidas sobre o assunto:
Qualquer carro pode ser convertido em elétrico?
A princípio, qualquer carro pode ser convertido em elétrico. Porém, carros com sistemas eletrônicos mais complexos tendem a ser mais desafiadores na hora da conversão.
“Os carros atuais possuem uma instrumentação eletrônica que pode ser prejudicada ao transformá-lo em elétrico, já que [ao converter] você está tirando toda a comunicação com os sensores do carro”, argumenta Juan Antonio Cuenda, diretor e proprietário da Electric Retrofit, empresa especializada na conversão de carros elétricos .
Outro problema é o câmbio automático, que pode não funcionar corretamente ao retirar o motor a combustão, já que a informação não chegará corretamente até a central do carro.
Quanto custa para converter um carro em elétrico?
Em geral, o valor depende da autonomia prevista e da bateria, que é o item mais caro de todo o projeto. “Em um motor pequeno de um fusca, que é um carro fácil de ser convertido, é possível fazer a conversão utilizando peças de boa qualidade e material novo por aproximadamente R$ 50 mil”, explica Juan.
Mas nesse valor não está incluso a mão de obra, instalação elétrica, fiação e outros gastos que podem aparecer de acordo com o desejo do cliente.
Já para aqueles que querem um motor mais potente, com uma autonomia de 300 km, por exemplo, o preço da conversão pode ultrapassar os R$ 200 mil, sem contar com o valor do próprio carro.
Preciso mudar os documentos quando meu carro é convertido em elétrico?
Sim, é necessário fazer algumas mudanças no documento do carro após ele ser convertido em elétrico.
O primeiro passo é trocar a motorização do veículo para elétrico no documento: “Por isso, a conversão precisa ser feita em uma oficina capacitada para isso, com um projeto autenticado e nota fiscal de todos os novos componentes”, explica.
Também não é possível utilizar peças de desmanches, já que a falta de segurança que elas representam para o carro impossibilitam a homologação do documento.
Converter carros é uma opção para veículos mais velhos?
Pode ser, sim, uma opção válida para aumentar a vida útil de carros a combustão mais velhos. Como dito anteriormente, carros com sistemas mais simples tendem a ser melhores para ser convertidos, já que não possuem sistemas muito complexos.
Desse modo, transformar o seu carro antigo em uma versão elétrica é uma boa maneira de prolongar a vida útil dele.
Qual a autonomia de um carro elétrico convertido?
Do ponto de vista funcional, a autonomia que os profissionais recomendam para carros convertidos é em torno de 150 km.
“Acima disso, para uso profissional, é melhor comprar um carro elétrico”, argumenta Juan. O motivo é o preço da bateria, que aumenta muito de acordo com quanto se quer andar com uma carga completa.
Para se ter uma ideia, considere o valor orientativo de R$ 30 mil para cada 100 km de autonomia. Logo, uma bateria capaz de gerar 300 km de autonomia custaria R$ 90 mil, sem o preço do kit de instalação, mão de obra e o próprio valor do carro.
No final, é preciso entender por qual motivo você quer converter seu carro em elétrico, e descobrir se vale a pena fazer a mudança ou se a melhor opção é adquirir um modelo já fabricado assim.
Jornalista no Canal VE. Já trabalhou com comunicação em diversas áreas, como: Saúde integrativa, engenharia industrial, segurança do trabalho e varejo. Recém graduado em Ciências Sociais pela UNICAMP e estudante de Comunicação Social pela PUC-Campinas.