Sensores térmicos registram temperatura de cinto de segurança. Foto: Divulgação/ZF.
Um cinto de segurança aquecido pode contribuir para aumentar a eficiência dos carros elétricos, especialmente em dias frios. A novidade foi apresentada na Alemanha pela ZF, empresa global de tecnologia que fornece sistemas para veículos de passeio, veículos comerciais e tecnologia industrial, no início de janeiro de 2023.
A tecnologia permite que os motoristas reduzam a energia utilizada para aquecer o veículo, especialmente em combinação com outros aquecedores de contato, como um aquecedor de assento. Durante o tempo frio, o sistema pode aumentar a autonomia em até 15%, reduzindo a energia necessária para aquecer o interior do veículo.
O uso do ar-condicionado afeta o desempenho de um veículo elétrico, seja para resfriar a cabine ou para aquecê-la, como acontece em localidades com temperaturas mais baixas, como é o caso da Europa.
Nos veículos elétricos, o sistema de controle de temperatura é alimentado pela corrente da bateria, pois não há calor residual utilizável como no motor a combustão. Reduzir a quantidade de corrente da bateria usada para aquecer o interior do veículo pode permitir um ganho de autonomia de até 15%, usando aquecedores de contato e reduzindo o uso de sistemas de controle de temperatura convencionais.
Como funciona?
O cinto de segurança ZF aquecido é baseado em uma cinta especial com condutores de aquecimento integrados que aumentam minimamente a espessura do equipamento obrigatório. Isso torna a integração mais fácil para as montadoras e oferece aos ocupantes o mesmo conforto do cinto de segurança normal.
A novidade foi concebida para proporcionar aos ocupantes uma sensação uniforme de calor junto ao corpo, imediatamente após o motorista começar a dirigir. De acordo com a fabricante, a temperatura do equipamento fica entre 36ºC e 40ºC, o que, combinado a bancos aquecidos, é suficiente para proporcionar o conforto necessário aos ocupantes sem gastar a energia da bateria demasiadamente pelo ar-condicionado.
Para conceber a inovação, a empresa utilizou um método especial de processamento têxtil. Os condutores de aquecimento são tecidos na estrutura do cinto de segurança. Os elementos de contato para os circuitos de aquecimento elétrico são posicionados de forma que não interfiram na operação ou retração da correia. Segundo a empresa, não são necessários retratores de cinto especiais em outras posições de instalação.
Como todas as características relevantes do cinto de segurança permanecem as mesmas, não há nenhum procedimento ou qualificação adicional para a montadora que desejar incluir o equipamento nos carros elétricos que produz.
Segurança indireta
Segundo o comunicado da empresa, o cinto de segurança aquecido não é inferior aos seus equivalentes convencionais em termos de proteção aos ocupantes.
A experiência do ocupante e o potencial de segurança são geralmente aprimorados com a redução de roupas volumosas. Isso permite que o cinto fique muito mais próximo do corpo, enquanto continua a restringir e proteger o ocupante em caso de colisão.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.