Linha de montagem exclusiva para VEs pode ser o grande diferencial do setor. Foto: Divulgação/BYD
Os carros elétricos terão uma redução no custo de produção até 2027, segundo estudo da Gartner. Dois fatores são fundamentais para essa queda: plataformas especializadas na produção de veículos elétricos e a redução no preço das baterias.
As plataformas de produção exclusiva para veículos elétricos já estão sendo realidade para as grandes montadoras. Algumas empresas já anunciaram suas plataformas, como a Stellantis, por exemplo, que terá a STLA Large, com produção anunciada entre os anos de 2024 e 2028, e promete modelos com até 800 quilômetros de autonomia.
Aliada às novas plataformas exclusivas, a redução de peças é apontado como outro fator que corrobora para a tese da redução de custos. Isso acontece porque os novos veículos estão trazendo opções em que diversos componentes dos carros a combustão se tornam peças únicas na construção dos elétricos, em especial no design.
“Elas (grandes montadoras) trouxeram inovações que simplificam os custos de produção, como a arquitetura centralizada de veículos ou a introdução de ‘gigacastings’ que ajudam a reduzir os custos de fabricação e o tempo de montagem, que as montadoras tradicionais não tiveram escolha a adotar para sobreviver”, diz Pedro Pacheco, vice-presidente de pesquisa da Gartner.
A redução nos preços das baterias já é algo que estamos vivendo, com alguns exemplos de baterias de sódio, baterias em estado sólido, grandes acordos para a fabricação deste componente e até a queda no preço do lítio, que é a principal matéria prima para as baterias utilizadas em modelos elétricos.
Ressalvas importantes para a indústria
O estudo, porém, cria dois alertas para o futuro das produções de veículos elétricos. Um deles tem relação direta na transformação dos carros em “uma peça só”. A Gartner prevê que, até 2027, o custo médio de reparos de acidentes graves na carroceria e na bateria de um EV aumentará em 30%. Como resultado, os veículos que sofrem uma colisão podem estar mais sujeitos a uma amortização total, uma vez que a reparação pode custar mais do que o seu valor residual.
Com isso, outro ponto de relevância é o valor do seguro. As seguradoras, por conta do aumento do valor do reparo, tendem a aumentar cada vez mais o preço do seguro veicular para modelos elétricos.
Outra previsão da Gartner é de que, por volta de 2027, 15% das empresas de carros elétricos fundadas desde a última década vão falir ou serão absorvidas por empresas maiores. Contudo, para o mercado de veículos elétricos, isso pode não ser ruim, apenas mostra que as grandes montadoras do setor automotivo poderão tomar a frente do mercado de mobilidade elétrica.
A Gartner conclui o estudo dizendo que o atual momento do setor está passando da “corrida do ouro” para a “sobrevivência do mais apto”.
Graduando em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, possui experiência na criação de conteúdo para sites, blogs e redes sociais. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.