Produção de bicicletas elétricas no Brasil registrou crescimento em 2022. Foto: Divulgação/Sense
A produção de bicicletas no Polo Industrial de Manaus registrou queda de 20,1% em 2022 na comparação com o ano anterior. Mas o segmento de e-bikes, ou bicicletas elétricas, foi o único que registrou alta no volume de produção em relação a 2021. Os dados são da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).
No ano passado foram produzidas 10.847 unidades de e-bikes, aumento de 5,4% na comparação com 2021 (10.294 bicicletas). Apesar de representar apenas 1,8% do volume total de bicicletas produzidas no Polo de Manaus, o modelo está cada vez mais presente nas grandes cidades.
“As pessoas que optam pelo pedal buscam um estilo de vida mais saudável e em sintonia com o meio ambiente. A bicicleta elétrica facilita isso, oferecendo agilidade nos deslocamentos e comodidade para vencer os obstáculos do percurso”, afirma Cyro Gazola, vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo.
Impactos da pandemia
O executivo avalia que todo o setor de bicicletas sofreu impactos em decorrência da pandemia desde o início do ano de 2022, seja pela falta de insumos, seja pela mudança de comportamento das pessoas. O total produzido em Manaus, em todos os segmentos, foi de 599.044 unidades de janeiro a dezembro, número 20,1% menor que o total de 2021 (749.320 bicicletas).
Para 2023, a expectativa da Abraciclo é que o mercado de bicicletas tenha um primeiro semestre mais conservador, com intensidade de promoções e foco na gestão de caixa, para iniciar a retomada no ritmo de inovações a partir do segundo semestre. Mesmo assim, a estimativa é que o setor registre nova retração na produção em 2023, de 4,8% (produção estimada em 570 mil unidades).
No entanto, Gazola vê uma oportunidade no segmento de e-bikes. “Quando olhamos para esse segmento, nós enxergamos um potencial de crescimento no futuro. Poderia ter sido um ano até melhor em 2022, não fosse o problema ligado ao abastecimento de peças e componentes para esse tipo de bicicleta. Mas nós vamos ver novos lançamentos e a expansão das e-bikes aqui no Brasil”, avalia Gazola.
Incentivos às e-bikes
Para que o crescimento saia do papel, o executivo diz que é preciso investimentos na infraestrutura cicloviária nas cidades e na segurança. Por isso, afirma que a Abraciclo vai trabalhar em conjunto com o governo federal e com os governos estaduais na busca de soluções de incentivo para a aquisição e o uso de bicicletas elétricas no país para deslocamentos ao trabalho ou mesmo para o lazer.
“Essa é uma alternativa que acontece em outras partes do mundo com muito sucesso. Nós vemos isso como uma das ideias para trabalhar e entender como podemos fazer o Brasil adotar medidas como as utilizadas em outros mercados, principalmente o europeu”, completa Gazola.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.