O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
O novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que vai incentivar o uso e a produção de veículos não poluentes no Brasil, como os carros elétricos. Em entrevista à TV Globo, Haddad disse que pretende fomentar a tecnologia e a indústria no Brasil, em especial a automotiva.
“Vamos rever desonerações para setores que não precisam de estímulo, dar estímulo a outros setores que precisam florescer no nosso país, como, por exemplo, os setores associados a transição ecológica, produção de energia limpa, produção de carros não poluentes. É isso que o mundo está interessado e é isso que temos a oferecer para o mundo”, afirmou, antes mesmo de ser empossado ministro.
Os impostos que incidem sobre os preços dos carros elétricos são fatores que, segundo especialistas, impedem um avanço mais contundente do mercado de eletrificados no país. Atualmente, não há incentivos fiscais para que montadoras produzam veículos elétricos no Brasil.
A falta de infraestrutura de recarga também é uma preocupação do setor. Hoje, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) estima que o Brasil possua cerca de 2,8 mil carregadores públicos e semipúblicos disponíveis para os motoristas, número considerado pequeno para o tamanho do país e o potencial de crescimento do mercado.
Mas a grande maioria desses carregadores é fruto da iniciativa privada, ou seja, de empresas que avaliam que a transição energética da mobilidade urbana deve acontecer nos próximos anos.
Meio ambiente está na pauta
Em outra entrevista, Haddad já havia demonstrado as pretensões do novo governo em relação às questões ligadas à energia limpa. Ao jornal O Globo, o agora ministro disse que a visão ambiental precisa pautar as ações do país de agora em diante.
“No Brasil, as fontes de energia novas, como o hidrogênio, a eólica, têm um potencial incrível. Se for reindustrializar o país, não pode ser nos velhos moldes dos anos 70, 80. A gente tem que pensar em fronteira, que é onde a gente pode ter alguma vantagem. A indústria automobilística tem que fazer carro elétrico, ônibus elétrico. A questão do hidrogênio verde. O Brasil pode desenvolver um padrão de desenvolvimento novo e, na minha opinião, só é possível a partir de uma visão ambiental”, apontou Haddad.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.