Audi anuncia entrada na Fórmula 1 em 2026. Foto: Divulgação/Audi.
A eletrificação dos veículos é um caminho sem volta. Prova disso é que a Fórmula 1, principal competição de esportes a motor do mundo, aprovou, em agosto de 2022, um novo regulamento técnico, que prevê a utilização de uma unidade de potência com maior participação elétrica, garantindo mais eficiência energética e sustentabilidade para a categoria a partir de 2026.
Como consequência do anúncio da categoria, a Audi confirmou a entrada na F-1 em 2026, com uma equipe própria. O projeto será baseado nas instalações da Audi Sport em Neuburg, perto de Ingolstadt, na Alemanha.
As novas regras técnicas, que serão aplicadas a partir de 2026, focam em maior eletrificação e combustível sustentável avançado. Além do limite existente de custos para as equipes, um limite de custos para os fabricantes de unidades de potência será introduzido em 2023. Além disso, a Fórmula 1 estabeleceu a meta ambiciosa de ser uma série de corridas neutras em carbono até 2030.
Como serão os motores?
Os atuais motores utilizados pelas equipes que disputam a Fórmula 1 já são híbridos. Desde 2009, quando a primeira versão do Kers (freio regenerativo) foi implantado na categoria, os monopostos têm energia elétrica correndo no motor. Hoje, a versão utilizada é um turbo V6 híbrido.
A partir de 2026, os motores terão muito mais potência com origem elétrica — um aumento de até 50%. A energia liberada pelo sistema elétrico será quase que triplicada, aumentando dos atuais 120 kW para 350 kW. Dessa forma, as unidades de potência da F-1 manterão o mesmo desempenho, com potência acima dos 1.000 cv.
Outra mudança importante está relacionada ao combustível. Atualmente, a categoria utiliza combustível fóssil, a partir do petróleo. Em 2026, as unidades de potência serão alimentadas por combustíveis sintéticos e sustentáveis, retirado de bioderivados como biomassa das plantas, lixo e, até mesmo, da própria atmosfera. Isso faz com que o CO2 jogado na atmosfera seja o mesmo que foi capturado anteriormente para a produção do combustível, tornando a categoria, em teoria, mais neutra de carbono.
Essas condições foram fundamentais para a Audi entrar na Fórmula 1. “Tendo em vista os grandes saltos tecnológicos que a competição está dando em direção à sustentabilidade em 2026, podemos falar de uma nova Fórmula 1”, afirmou Oliver Hoffmann, membro do Conselho de Administração para Desenvolvimento Técnico da Audi.
“A Fórmula 1 está se transformando e a Audi quer ativamente apoiar esta jornada. Uma estreita ligação entre o nosso projeto de Fórmula 1 e o departamento de Desenvolvimento Técnico da AUDI AG permitirá sinergias”, completou.
Tecnologia em desenvolvimento
A entrada da Audi na principal categoria do automobilismo mundial foi anunciada durante o fim de semana do Grande Prêmio da Bélgica, disputado em 29 de agosto de 2022, no tradicional circuito de Spa-Francorschamps.
“O automobilismo é parte integrante do DNA da Audi”, diz Markus Duesmann, presidente do Conselho de Administração da Audi AG. “A Fórmula 1 é um palco global para nossa marca e um laboratório de desenvolvimento altamente desafiador. A combinação de alto desempenho e competição é sempre um motor de inovação e transferência de tecnologia em nossa indústria. Com as novas regras, agora é o momento certo para nos envolvermos. Afinal, a Fórmula 1 e a Audi buscam objetivos claros de sustentabilidade”, disse.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.