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8 de dezembro de 2024

Nordeste tem grande potencial para produzir H2V, diz pesquisa

Tanques de hidrogênio estão perfilados

O hidrogênio pode ser um dos grandes combustíveis limpos do futuro. Foto: Envato/Elements

O Nordeste é uma das regiões com maior potencial de se tornar uma referência em energias renováveis, em especial o Hidrogênio Verde (H2V), mas é preciso agir rapidamente para isso. 

É o que aponta o novo estudo intitulado “Mapeamento das cadeias de Mobilidade”, desenvolvido pela SAE4MOBILITY, um Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação da SAE Brasil, associação que atua para disseminar conhecimento a profissionais da mobilidade brasileira, realizado a pedido do Plano Nordeste Potência, organização civil criada para debater o desenvolvimento da região.

A pesquisa é uma análise das fontes de energias renováveis utilizadas em veículos, principalmente o Hidrogênio Verde. O documento contextualiza o hidrogênio verde no panorama energético brasileiro e mundial e descreve o que governos e iniciativa privada precisam fazer para impulsionar o seu uso.

Segundo o relatório, a região precisa lidar com alguns desafios para inserir o combustível na matriz energética de mobilidade: preço; distribuição e armazenamento; e transporte. 

“Cada um desses temas tem infinitas soluções, e no documento indicamos exemplos de como os governos estaduais e federal e a iniciativa privada podem ajudar a alavancar essa tecnologia e trazer benefícios para o Nordeste e para o país”, como Camilo Adas, presidente do conselho da SAE4MOBILITY.

O sertão vai virar mar de energia

O Nordeste já é uma referência em energias renováveis. Atualmente, 84% da energia produzida na região vem de fontes que não se esgotam, segundo o relatório. A principal fonte é a eólica, com 49%, seguida da hidrelétrica, 31%, e a solar, 4%.

Mas a expectativa é que o cenário melhore ainda mais com a utilização do hidrogênio. Já estão sendo construídos alguns hubs de produção para o combustível em Pernambuco e no Ceará, esse último em estágio mais avançado.

Algumas empresas estrangeiras estão investindo na nova tecnologia. Em especial duas alemãs, a AHK (Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha) e a GIZ ( Agência Alemã de Cooperação Internacional).

Caso a produção seja suficiente para exportar, a Europa será uma das principais beneficiadas. Vários países de lá já sinalizaram que o Hidrogênio Verde é um dos caminhos para diminuir a dependência dos combustíveis fósseis.

Existem também uma vantagem geográfica, o Nordeste brasileiro é a rota mais próxima do mercado consumidor europeu. A vantagem é que já existem 11 portos espalhados pelos 11 estados.

O estudo está integrado ao Plano Nordeste Potência, um documento da sociedade civil que propõe um desenvolvimento sócio e ambientalmente sustentável. Em resumo, é um plano para o futuro, que precisa de investimentos e, principalmente, ação prática.

 “Estudar com cuidado a costa brasileira, escutar com respeito as comunidades litorâneas e estabelecer ações para evitar impactos antes da implantação é o caminho lógico para quem deseja usar o selo verde”, diz a coordenadora do Plano Nordeste Potência, Cristina Amorim.

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