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9 de outubro de 2024

Catamarã elétrico e sustentável reforça transporte na Amazônia

catamarã elétrico na água

Esse modelo de catamarã será 100% elétrico, e produzido pela Universidade Federal do Pará, em parceria com Norte Energia. Foto: Suellem Mendes

Um catamarã totalmente elétrico, movido a energia limpa e renovável foi apresentado ao público como uma alternativa sustentável e acessível para descarbonizar o transporte fluvial na região amazônica. Desenvolvida pela Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com a Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, a embarcação foi batizada com o nome de Poraquê, em referência ao peixe elétrico, característico dos rios amazônicos.

A viagem inaugural aconteceu em 17 de setembro de 2024 pelas águas do Rio Guamá, que banha o campus da UFPA, e reuniu professores e estudantes para prestigiar o novo projeto.  O barco integra o SIMA (Sistema Inteligente Multimodal da Amazônia), composto por dois ônibus elétricos, que já circulam no campus da universidade. 

Juntos, os dois modais têm capacidade de transportar 2 mil pessoas por dia. A previsão é que deixem de despejar 161 toneladas de CO2 na atmosfera por ano, o que equivale a 30 carros populares circulando em um ano. Somente o catamarã vai impedir a emissão, por ano, de 100 toneladas de gases poluentes causadores do efeito estufa.

pessoas conhecendo o catamarã
O Catamarã é um dos veículos mais utilizados pela população ribeirinha amazônica. Foto: Marcelo Barbosa – Particular Filmes

Alternativa de mobilidade sustentável

Por ser uma região banhada por uma das maiores bacias hidrográficas do mundo, os barcos representam o principal meio de transporte da população, especialmente nas comunidades ribeirinhas. No entanto, as atuais embarcações ainda dependem de combustíveis fósseis, como o diesel, despejando toneladas de CO2 na atmosfera, e comprometendo boa parte da renda dessas famílias, pelo alto custo. Agora, o catamarã elétrico surge como alternativa de mobilidade limpa.

“Ao financiar o projeto, fomentamos o desenvolvimento científico na região e colocamos à disposição de toda a população alternativas de eficiência e gestão energética. Além disso, esse trabalho que tanto nos orgulha conversa diretamente com os objetivos da COP 30”, ressalta Andréia Antloga, gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Norte Energia.

O barco é movido a energia solar fotovoltaica e traz como inovação a utilização de dois motores elétricos de 12 KW cada (correspondente a um motor de combustão de 20 Hp), três conjuntos de baterias com capacidade para armazenar 47 kW e 22 placas fotovoltaicas instaladas na cobertura. A embarcação possui 12 m de comprimento, 6 m de largura e 72 cm de calado (parte que fica na linha d’água). Tem ainda uma autonomia de 8h, sem a necessidade de receber carga. 

pessoas dentro do catamarã
O Poraquê chega como uma alternativa para a diminuição de CO2 que os Catamarãs produzem. Foto: Marcelo Barbosa – Particular Filmes

Sobre o barco

O Poraquê tem capacidade para transportar 25 passageiros e dois tripulantes, e conta com espaço para cadeirantes, com plataformas de acesso nos três pontos de embarque e desembarque. A expectativa é que a embarcação atenda mil passageiros por dia, entre estudantes, funcionários da universidade e pessoas que utilizam os serviços da instituição. 

A previsão é que navegue por 750 metros do Rio Guamá, em um percurso com três paradas: no edifício Mirante do Rio, nos restaurantes universitários e no setor de saúde da UFPA. A travessia tem previsão de 15 minutos de duração e, ao final do dia, o barco terá percorrido 40 km, a uma velocidade média de 13 km/h.

Voadeira elétrica em funcionamento no Rio Xingu
Projeto da Norte Energia e da UFPA planeja reduzir significativamente as emissões de poluentes no Rio Xingu. Foto: Divulgação/Norte Energia)

Voadeiras elétricas no Rio Xingu

No primeiro semestre de 2024, um projeto similar ao do Rio Guamá, também foi apresentado. Tratam-se das duas voadeiras elétricas que foram testadas no Rio Xingu. As voadeiras são embarcações bastante comuns na região, utilizadas há décadas para deslocamentos de famílias e pescadores na região Amazônica, e agora contam com um motor elétrico para a propulsão. O projeto também era da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com a Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte. As duas embarcações estão sendo utilizadas por profissionais da concessionária. Elas também foram batizadas de Poraquê I e II. Uma possui oito metros de comprimento e capacidade para transportar até seis pessoas, e outra de 10 metros para conduzir até oito pessoas.

 

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