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11 de maio de 2024

Biden libera US$ 900 milhões para ampliar infraestrutura de recarga

Estações de recarga dispostas em estacionamento

Estação de carregadores para veículos elétricos. Foto: Envato/Elements

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou um pacote de financiamento no valor de US$ 900 milhões (cerca de R$ 4,6 bilhões) para a construção e instalação de pontos de recarga para veículos elétricos no país. As informações são da agência Reuters.

Essa é a primeira fase do projeto de um pacote de infraestrutura de aproximadamente US$ 1 trilhão aprovado pelo Congresso em 2021, e que abrange 35 estados. Em cinco anos, o governo federal americano vai conceder aos estados mais de US$ 5 bilhões para a instalação de pontos de recarga no país.

De acordo com a Casa Branca, até 2030, Biden quer que metade de todos os veículos vendidos no país sejam 100% elétricos ou híbridos plug-in, além de contar com uma rede de 500 mil novas estações de recarga.

Para Edgar Barassa, doutor em Política Científica e Tecnológica pela Unicamp e fundador da Barassa & Cruz Consulting e Otsmah Recursos Energéticos Sustentáveis, o investimento americano é positivo para o desenvolvimento da mobilidade elétrica em solo americano. 

“A medida anunciada pelo presidente Joe Biden recoloca os Estados Unidos na corrida tecnológica e de mercado da eletrificação, pois busca fortalecer e criar competências industriais e novos postos de trabalho altamente qualificados localmente, gerando efeitos multiplicadores de emprego e renda, o que significa novos ganhos para a economia americana como um todo. Cabe reforçar que esses investimentos desdobram-se na ponta em incrementos no PIB e até mesmo numa ampliação fiscal, pois há um aquecimento econômico setorial associado, que alavanca oferta e demanda”, avalia.

“Esse investimento, que foi aprovado pelo Congresso, demonstrando sinergias entre as esferas de poder norte-americanas, mostra que de fato há uma convergência para essa agenda  e aponta agressividade do país a apoiar essa produção, implementação e difusão da mobilidade elétrica lá”, afirma Barassa.

China tem larga infraestrutura

O investimento anunciado nos Estados Unidos reforça a tendência da transição energética da mobilidade no mundo todo, e a necessidade de equiparação americana a outros mercados, como o europeu e o chinês.

Até o final de agosto de 2022, a China tinha 4,315 milhões de estações de recarga instaladas no país, um aumento de 105% em comparação com o volume acumulado alcançado no mesmo período do ano passado, de acordo com a Aliança de Promoção de Infraestrutura de Recarga para Veículos Elétricos da China (EVCIPA – Electric Vehicle Charging Infrastructure Promotion Alliance).

Nos primeiros oito meses do ano, cerca de 1,7 milhão de estações de recarga foram instaladas no país asiático (acréscimo de 300,5% em relação ao mesmo período de 2021), incluindo 476 mil estações públicas ou semipúblicas (+232,9% em relação ao mesmo período do ano anterior).

Só em agosto de 2022, cerca de 48 mil estações de recarga públicas foram instaladas na China. O total de pontos de recarga públicos no país asiático chega a cerca de 1,623 milhões de unidades. 

Recarga no Brasil

Comparado a outros mercados mundo afora, o Brasil ainda está engatinhando na consolidação da infraestrutura de recarga, mas, na opinião de Edgar Barassa, “avança consistentemente nos últimos anos com a entrada de novos players e demonstra sinais perceptíveis de continuidade nestes investimentos”. 

Imagem em preto e branco mostra Edgar Barassa, de barba, vestindo terno e gravata
Edgar Barassa, fundador da Barassa & Cruz Consulting. Foto: Divulgação

A estimativa das entidades e associações especializadas no mercado de veículos elétricos no Brasil, em setembro de 2022, é que o país tenha um total de 1.500 pontos de recarga públicos e semipúblicos em suas cidades. Um salto considerável, haja visto os cerca de 200 eletropostos existentes há cerca de três anos.

Para o especialista, a ausência em larga escala da infraestrutura dificulta e impõe barreiras à expansão de veículos elétricos na frota brasileira.

No caso brasileiro, a gente viu, nos últimos anos, um crescimento da infraestrutura de recarga no país, muito associada a investimentos via programas de pesquisa e desenvolvimento da Aneel, como política pública, bem como da entrada de novos players e startups no mercado, o que alavancou corredores estratégicos de recarga e estações nos espaços urbanos. Mas é claro que a gente precisa de incentivos maiores, sobretudo em parâmetros associados a cobrança e tributação da recarga, já que ainda há indefinições de cobranças sobre a venda da energia. Se tivermos um cenário para negócios com regras mais claras e pacificadas, certamente conseguiremos avolumar mais investimentos”, diz.

“Por isso, precisamos de sinergia nas questões de métodos de monetização e receita, tipos de produtos e serviços, protocolos de comunicação e questões regulatórias da tecnologia. Elementos que também foram e são objetos do atual Roadmap de Infraestrutura que existe no Brasil, que ajudamos a construir e teve amplo apoio do setor. Estes pontos levantados são todos os elementos que demandam essa sofisticação no contexto local e que podem ajudar muito a pacificar essas questões e fazer o Brasil crescer nessa área”, conclui Barassa.

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