Infraestrutura de recarga no Brasil ainda preocupa. Foto: Envato/Elements.
O ano de 2022 ficou marcado na história do Brasil pela alta demanda de veículos eletrificados, compostos por carros totalmente elétricos ou híbridos. Foram 49.245 unidades emplacadas no ano, uma alta de 41% em relação ao ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Mas a falta de projetos concretos para a infraestrutura de recarga e incentivos fiscais para o crescimento do setor no país ainda preocupa especialistas. Nem as recentes declarações de incentivo à tecnologia e à indústria do novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, animam o mercado.
Para Ricardo David, diretor da Elev, empresa especializada em soluções para o ecossistema dos carros elétricos, o Brasil precisa de estruturação e incentivo. “O investimento na infraestrutura de recarga e os incentivos fiscais são fundamentais para o crescimento do mercado de eletrificados no Brasil. Sem uma estrutura de recarga sólida, fica difícil para os motoristas optarem pelos veículos elétricos, pois eles precisam se preocupar em encontrar pontos de recarga durante suas viagens”, afirma.
David aponta ainda que uma política pública mais clara poderia fortalecer a criação de novos postos de trabalho. “Os incentivos fiscais são importantes para atrair as montadoras para produzir veículos elétricos no país, o que pode gerar empregos e impulsionar a economia”, afirma.
Mercado brasileiro
Os veículos híbridos leves continuam sendo os mais vendidos, com 30.439 emplacamentos em 2022, o que representa 63% do total de eletrificados comercializados no período. “Essa é uma exemplificação de como a população ainda aguarda por uma maior estruturação, principalmente quando falamos de eletropostos”, diz David.
Para o especialista, a infraestrutura de recarga no Brasil é insuficiente, com cerca de 2,8 mil carregadores públicos e semipúblicos disponíveis no país, segundo estimativa da ABVE.
“Investimentos nessa área e incentivos fiscais são medidas fundamentais para desenvolver esse setor. A população aguarda por uma estrutura mais robusta, especialmente no que diz respeito ao número de eletropostos disponíveis”, afirma.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.