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1 de novembro de 2024

GWM fará testes de caminhão a hidrogênio no Brasil em 2025

Thiago Sugahara em evento da GWM

Thiago Sugahara falou sobre a utilização de caminhões movidos à hidrogênio. Foto: Rubens Morelli/Canal VE

A GWM planeja testar caminhões movidos a hidrogênio no Brasil a partir de 2025. Para isso, conta com a parceria da FTXT, empresa subsidiária da montadora chinesa e que se concentra na tecnologia de energia a partir do hidrogênio. O motivo da parceria é encontrar novas fontes de energia para veículos pesados.

A empresa tem feito estudos sobre a utilização do hidrogênio como uma alternativa para o abastecimento dos caminhões, por meio de célula combustível. O objetivo é evitar a queima de combustíveis fósseis, como a gasolina e o diesel, além de ser uma alternativa mais limpa que o etanol.

“A gente precisa olhar o ciclo como um todo, de descarbonização, e olhar também a descarbonização da logística. Por isso, a GWM na China já vem trabalhando com uma subsidiária chamada FTXT, que é uma divisão especializada em trabalhar com hidrogênio, para desenvolver Fuel Cell Electric Vehicles (veículos elétricos movidos a célula combustível), que demandam menos bateria porque utilizam uma célula e um cilindro de hidrogênio para gerar energia elétrica embarcada”, comentou Thiago Sugahara, gerente ESG da GWM no Brasil.

“Esses veículos, principalmente caminhões, utilizam hidrogênio armazenado em cilindros, para reagir com o oxigênio que entra pela frente do caminhão, para gerar duas coisas: energia elétrica em alta tensão, que vai alimentar o motor elétrico e fazer o caminhão se movimentar, e o subproduto desse processo é o H2O. A GWM está trabalhando junto ao FTXT para trazer, agora no início do ano de 2025, um caminhão a hidrogênio, para que a gente possa iniciar esses testes aqui no Brasil. Nos últimos meses, uma série de membros da FTXT da China tem vindo para o Brasil, para fazer estudos com potenciais parceiros, em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e outros estados, para que a gente possa identificar a infraestrutura correta para a gente poder fazer os testes com esses veículos Fuel Cell”, completou.

Sistema de célula de hidrogênio da GWM
Sistema movido a célula de hidrogênio foi grande atração da GWM no VE Latino-Americano. Foto: Divulgação/GWM

Desafios sobre o novo combustível

Uma das principais preocupações da GWM é a de mostrar para seus consumidores a efetividade do novo caminhão movido a hidrogênio, por ser uma tecnologia nova e que ainda não é de total conhecimento da população. No entanto, por ser uma alternativa sustentável, muitos países já iniciaram a busca por compradores desse novo combustível. E o Brasi pode ser um de seus principais exportadores.

“Atualmente, o grande desafio não está no veículo Fuel Cell em si, ou na produção do hidrogênio — inclusive, o Brasil é um potencial produtor do hidrogênio verde, aquele hidrogênio com baixa emissão de carbono, ou zero emissão de carbono, graças a uma matriz elétrica muito renovável que a gente tem. É esse hidrogênio verde que a Europa, principalmente a Alemanha, vem perseguindo. Com o conflito entre Rússia e Ucrânia, a Alemanha deixou de importar muito do gás russo, e eles precisam substituir essa matriz energética por uma outra opção, e o hidrogênio se apresenta como uma solução, como uma possível forma de complementar essa matriz energética na Europa, principalmente na Alemanha”, afirmou Sugahara.

“Como eu dizia, o desafio não está no caminhão em si. A China já domina essa tecnologia, a FXTX já tem mais de 530 caminhões rodando na China, e a ideia é começar a testar esse hidrogênio nos caminhões. O desafio é a infraestrutura para colocar esse hidrogênio nas condições ideais de pressão e temperatura. Então, a gente precisa de uma infraestrutura que são as HRS, Hydrogen Refueling Station, os famosos eletropostos, postos de hidrogênio. Essa estrutura está começando a surgir aqui no Brasil, nós já identificamos uma estrutura dessas em Minas Gerais, outra que deve entrar em ação no fim deste ano, início do ano que vem, aqui em São Paulo, e com base nessa estrutura a gente estuda a possibilidade de começar a fazer testes com caminhões a hidrogênio aqui no Brasil”, finalizou.

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