Billy Blaustein (à esq.) e Jack Sarvary, da Vammo. Foto: Divulgação/Vammo.
Startup brasileira de mobilidade que promove o aluguel de motos elétricas e troca de baterias, a Vammo acaba de captar um aporte de US$ 30 milhões (R$ 149,1 milhões) para expandir seus negócios no Brasil e na América Latina.
A companhia tem planos de usar a verba para ampliar suas operações em São Paulo, onde atua desde 2022, e, em seguida, expandir para outros países, como Colômbia e México. Ainda será possível, de acordo com a companhia, abrir uma fábrica em Manaus, onde as motos elétricas serão montadas.
A expectativa da empresa é se tornar o maior player no segmento de veículos elétricos na região em 2024, contando o número de veículos em circulação, e ter uma carteira que chegue à ordem de 15 mil de clientes até o fim de 2025.
“Nosso propósito é desenvolver a infraestrutura para que a mobilidade elétrica seja uma realidade na região. Ficamos animados em trazer investidores para o Brasil que apostam na Vammo para liderar essa transição e que, assim como nós, acreditam que os veículos de duas rodas serão os primeiros a se popularizar de fato entre os elétricos”, afirma Jack Sarvary, CEO da Vammo.
Investimento pesado
Segundo a Vammo, o investimento de US$ 30 milhões da Série A está sendo liderado pela monashees, um dos principais fundos de Venture Capital do Brasil, que já havia investido no Seed Round da companhia. O Construct Capital, fundo norte-americano que liderou essa rodada inicial no ano passado, quando a Vammo (na época chamada Leoparda Electric) recebeu US$ 8,5 milhões, também voltou a participar.
Outros investidores de destaque na Série A são o fundo de capital de risco europeu 2150, um dos principais dentre aqueles focados em tecnologia climática e descarbonização, e o Maniv Mobility, fundo de capital de risco especializado em mobilidade global.
Custo-benefício é atrativo
O modelo de negócios da Vammo, desde sua inauguração, no ano passado, é focado no serviço de aluguel de motos elétricas de várias marcas, incluindo a troca de baterias e a manutenção dos veículos, oferecendo aos motociclistas uma alternativa mais limpa e barata de circular com agilidade pela capital paulista e arredores.
Atualmente, conta com oito bases de trocas de bateria, localizadas em endereços estratégicos da cidade, com estrutura para também oferecer conforto e acolhida aos seus mais de 300 clientes – que já somaram, desde a inauguração da startup, mais de 4 milhões de quilômetros rodados e realizaram mais de 150 mil trocas de bateria.
Em 2023, a Vammo lançou seu protótipo de autoatendimento, que pode ser operado diretamente pelos motociclistas. Isso permite a troca de uma bateria já sem energia por outra totalmente carregada em um gabinete, num processo que leva menos de dois minutos.
As motos elétricas se tornaram extremamente interessantes para profissionais de entregas e trabalhadores liberais que circulam por grandes distâncias ao longo do dia, por conta dos baixos custos envolvidos. Rodar com uma moto elétrica é cerca de dez vezes mais econômico do que com uma comum, movida a gasolina.
Fábrica em Manaus
Dentre os próximos passos da startup está a implantação de uma fábrica em Manaus em 2024. O objetivo é trazer para o Brasil a produção das motos, dos gabinetes e das baterias utilizadas pela Vammo.
“Acreditamos que, aqui no Brasil, essa revolução para mobilidade elétrica não vai acontecer de cima para baixo, como aconteceu na Europa e nos Estados Unidos, com marcas como Tesla. São as motos, e não os carros, que vão impulsionar o mercado de eletrificados e transformar a cultura da mobilidade”, disse Billy Blaustein Carros elétricos ainda são caros demais para a maioria da população, mas nossa proposta oferece uma solução mais barata, que pode interessar tanto aos milionários quanto à população de baixa renda”, afirma Billy Blaustein, COO da Vammo.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.