Prefeitura de São Paulo quer contar com 2,6 mil ônibus elétricos até 2024. Foto: Divulgação.
A SPTrans, empresa responsável pelo transporte coletivo de passageiros da cidade de São Paulo, enviou um comunicado às empresas de ônibus que operam no sistema determinando a proibição da aquisição de novos ônibus movidos a diesel na capital.
A medida, que passou a valer em 17 de outubro de 2022, visa aumentar o número de ônibus elétricos na frota urbana, conforme meta estabelecida pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) de contar com 2,6 mil veículos elétricos em 2024, no fim de seu mandato.
De acordo com o artigo 50 da Lei de Municipal de Mudanças Climáticas, em 2028, a capital paulista deverá atingir redução de 50% das emissões totais de dióxido de carbono (CO2) em relação aos índices de 2016.
Atualmente, São Paulo tem cerca de 14 mil ônibus atuando no sistema de transporte municipal. Desses, 219 são elétricos, mas somente 18 são movidos com baterias recarregáveis, enquanto a maioria é de trólebus, que utilizam linhas aéreas como fonte de energia.
Decisão causa polêmica
A proibição da aquisição de novos ônibus movidos a diesel para o transporte público pegou as concessionárias de surpresa. Representantes das empresas apontam “questões ainda abertas” na determinação.
Uma das queixas se refere ao preço dos novos veículos. Um ônibus elétrico pode custar três vezes mais que um similar a combustão. Outro desafio é a estrutura de recarga das baterias. Os empresários pedem subestações de transmissão de energia descentralizadas, para não haver fila de espera, por exemplo.
Em entrevista ao portal “Diário do Transporte”, o presidente do SPUrbanuss, entidade que representa as empresas de transportes da capital paulista, Francisco Christovam, disse que os custos do serviço de transporte podem aumentar.
“O custo de produção do serviço vai aumentar. São veículos que custam três vezes mais caros e o custo operacional é de 10% a 15% maior que do diesel. Isso se traduz em necessidade de remuneração maior para que as empresas possam ter todos os seus custos cobertos”, afirmou.
“Do outro lado da equação, estes custos são cobertos por tarifa ou subsídio. Se mantiver a tarifa, tem de aumentar o subsídio. Se subir um pouco a tarifa, o subsídio poderá ser menor, mas essa decisão é do prefeito”, disse Christovam.
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), já pediu informações à SPTrans, para saber os critérios da decisão.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.