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2 de abril de 2025

Potencial mineral coloca o Brasil em vantagem por carros elétricos

mineração

O Brasil possui a maior reserva mundial de nióbio, a terceira maior de grafite e níquel, e é o quinto maior produtor de lítio. Foto: Divulgação/Freepik

O Brasil já mostrou potencial para ser um grande mercado consumidor dos carros elétricos e híbridos plug-in, e agora desponta como um dos principais players globais na produção e adoção de tecnologias sustentáveis, incluindo minerais essenciais para a fabricação de baterias desses veículos.

O país detém a maior reserva mundial de nióbio, a terceira maior de grafite e níquel, e é o quinto maior produtor de lítio. Além disso, possui reservas significativas de cobalto, manganês e alumínio, matérias-primas fundamentais para a fabricação de baterias de alta performance.

Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), as reservas nacionais de manganês correspondem a 15,9% do total mundial, enquanto as de alumínio (bauxita) chegam a 2,7 bilhões de toneladas. “A qualidade e a quantidade dos minerais brasileiros são um diferencial competitivo que pode transformar o país em um hub global para a produção de baterias e veículos elétricos”, destaca Valdomiro Roman, diretor de operações da Associação Brasileira de Metalurgia, Metais e Mineração (ABM).

 

Compromisso com a descarbonização

A expansão do mercado de veículos elétricos no Brasil está alinhada com os compromissos globais de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Atualmente, o setor automotivo é responsável por 13% das emissões de CO2 no país, com 242 milhões de toneladas por ano. A adoção de medidas como a renovação da frota, inspeção veicular e programas de reciclagem pode evitar a emissão de 400 milhões de toneladas de CO2 nos próximos 15 anos.

“O Brasil tem todas as condições para liderar a transição para a mobilidade sustentável, tanto pelo potencial mineral quanto pelo crescimento do mercado consumidor. Essa é uma oportunidade única para aliar desenvolvimento econômico à preservação ambiental”, acrescenta Hideyuki Hariki, diretor administrativo e financeiro da ABM.

Com investimentos em infraestrutura de recarga, políticas públicas de incentivo e o aproveitamento do potencial mineral, o Brasil caminha para se tornar um dos grandes protagonistas na era dos veículos elétricos, contribuindo significativamente para a descarbonização global.

 

Projeções para o futuro

A Bright Consulting está otimista para o futuro, e estima que o Brasil venda 1,4 milhão de carros elétricos até 2030, representando 2,35% da frota circulante. Já a Anfavea, em parceria com o Boston Consulting Group (BCG), prevê que os veículos eletrificados ultrapassem os movidos a combustão até o final da década, atingindo 1,5 milhão de unidades em 2030 e mais de 90% do mercado em 2040.

Além dos veículos leves, o estudo aponta que os pesados também devem passar por uma transição, com as novas tecnologias de propulsão representando 60% das vendas em 2040. Para ônibus urbanos, a expectativa é que os modelos elétricos ultrapassem 50% já em 2035.

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