Canal VE

1 de abril de 2025

Montadoras chinesas aceleram expansão, mesmo com barreiras

Estacionamento cheio de veículos elétricos com navio da BYD ao fundo

BYD busca expansão global ainda mais robusta nos próximos anos. Foto: Divulgação/BYD.

As montadoras chinesas de veículos elétricos estão intensificando os esforços de expansão global, mesmo em um ano marcado por incertezas geopolíticas e barreiras comerciais em diversos mercados. A análise é da publicação Nikkei Asia

, após uma semana em que BYD, Geely e XPeng intensificaram movimentos fora do mercado doméstico chinês.

Embora a principal novidade da BYD na semana tenha sido exclusivamente para a China, com o carregador veicular de 1 MW de potência, capaz de carregar carros elétricos em 5 minutos, a greentech mantém o protagonismo na expansão global, com avanços nas fábricas na Tailândia — já em operação — e na construção das unidades da Hungria, Turquia e Brasil

Ao mesmo tempo, a XPeng anunciou nesta semana que pretende mais que dobrar suas vendas internacionais em 2025, com meta de superar as 40 mil unidades, enquanto a Geely estipulou como meta se tornar a marca chinesa líder no Oriente Médio e figurar entre as três principais da Europa Oriental e da região pan-europeia. 

Além disso, o Brasil ainda espera a chegada dos carros da Omoda & Jaecoo e também da GAC Motor ao país ainda no primeiro semestre de 2025. Até mesmo a Xiaomi, conhecida pelos celulares e eletrônicos, anunciou planos de vender seus veículos elétricos fora da China a partir de 2027. 

Segundo Eugene Hsiao, analista do setor automotivo da Macquarie Capital, ouvido pela Nikkei Asia

, a forte concorrência doméstica tem empurrado as montadoras chinesas para o exterior, onde há espaço para crescimento e margens mais atraentes. “A internacionalização é fundamental para justificar o otimismo dos investidores em relação a marcas como XPeng e Xiaomi”, avalia.

Ele ressalta, no entanto, que os planos do presidente norte-americano Donald Trump — que propõe novas tarifas — não devem afetar significativamente a presença chinesa nos EUA no curto prazo. “Mas a reação dos aliados dos EUA, como União Europeia, Canadá e México, será determinante. Se houver atritos, isso pode abrir espaço para que a China negocie melhores condições para suas exportações de EVs”, conclui.

 

Planos internacionais

A XPeng anunciou nesta semana seu primeiro empreendimento de manufatura no exterior, na Indonésia, onde iniciou recentemente a pré-venda de dois modelos, com previsão de início de produção na segunda metade deste ano. A empresa pretende mais que dobrar suas vendas no exterior para mais de 40 mil unidades e expandir para mais de 300 lojas de vendas e serviços em todo o mundo.

Enquanto isso, a Geely Automobile também anunciou, na quinta-feira, planos para acelerar sua expansão internacional. A montadora pretende se tornar a principal marca chinesa no Oriente Médio e estar entre as três maiores nos mercados pan-europeus e da Europa Oriental. Também planeja estabelecer um segundo mercado de 100 mil unidades na Ásia-Pacífico e focar em veículos elétricos e modelos a combustão redesenhados na América Latina e África.

Já a BYD começou a acelerar sua expansão internacional antes das concorrentes, e hoje já está bem estabelecida em diversos mercados, como o Brasil. Em 2024, a marca vendeu mais de 417 mil veículos de novas energias no exterior, um aumento de 72% em relação ao ano anterior. E a empresa dá mostras de que almeja ainda mais para 2025. 

A nova Super E-Platform, com arquitetura de 1.000 V para carros de passeio com produção em massa, e a possibilidade de recargas tão rápidas quanto um abastecimento de um carro a combustão são a prova de que a tecnologia está avançando na mesma velocidade de sua expansão global.

Resta saber como os países ao redor do mundo reagirão à expansão global das montadoras chinesas nos próximos meses.

 

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