Mitch Evans, da Jaguar, vence o E-Prix São Paulo da 11ª temporada da Fórmula E. Foto: Divulgação/Fórmula E.
Em mais um E-Prix São Paulo de tirar o fôlego, o neozelandês Mitch Evans, da Jaguar, venceu a prova realizada no Sambódromo do Anhembi, mesmo após ter largado da 22ª e última posição do grid. Antonio Felix da Costa, da Porsche, e Taylor Barnard, da Neom McLaren, completaram o pódio.
A corrid, disputada em 7 de dezembro de 2024 e que marcou a abertura da 11ª temporada do Campeonato Mundial de Fórmula E, foi também a primeira da história a contar com o carro Gen3 EVO, o mais rápido, mais eficiente e mais sustentável do automobilismo mundial. E o melhor: ainda há margem para evolução nos próximos anos, o que é uma ótima notícia para a eletromobilidade.
Afinal, se a Fórmula E já é um grande laboratório vivo para o desenvolvimento de tecnologias que hoje já fazem parte do cotidiano dos usuários de veículos elétricos no mundo todo, as próximas gerações de carros serão ainda mais promissoras.
Emoção de sobra na pista
O Sambódromo do Anhembi recebeu um total de 21 mil pessoas, um recorde no Brasil. E quem presenciou o evento viu uma corrida emocionante, com 111 ultrapassagens no total, cinco líderes diferentes e disputas por toda a pista do começo ao fim.
O novo Attack Mode (modo ataque), que deixa o carro com tração nas quatro rodas e 50 kW de potência adicional por alguns minutos, garantiu emoção extra em todo o percurso.
O ápice das disputas aconteceu quando a Jaguar de Nick Cassidy prensou a Porsche do atual campeão mundial Pascal Wehrlein contra o muro. A força da batida virou o carro do alemão de cabeça para baixo, em uma imagem impactante. Wehrlein saiu ileso do acidente, o que prova a segurança do carro.
No fim, Mitch Evans, que fez uma corrida de superação e excelente gerenciamento da energia da bateria após largar em último, segurou a pressão de Antonio Felix da Costa para garantir a vitória. Nenhum piloto havia vencido uma corrida de Fórmula E nas 10 temporadas anteriores partindo de uma posição inferior à 15ª no grid de largada.
“Para ser honesto, estou apenas tentando processar tudo. Obviamente, eu não estava esperando isso depois do infortúnio na classificação, sem conseguir nenhuma volta boa e largando na última posição. Eu só esperava ganhar alguns pontos e começar a temporada, mas consegui subir 18 posições na primeira volta e logo me coloquei no meio. Então, meu foco mudou, pensando que talvez eu pudesse conseguir mais alguns pontos, talvez um pódio, mas também tive um pouco de sorte com algumas pessoas que sofreram danos após alguns acidentes”, falou Evans, ao fim da corrida.
“Obviamente, é ótimo ver Pascal [Wehrlein] sair ileso daquele acidente. Tive que ter um pouco de sorte. Foi uma corrida maluca, muito difícil gerenciar a estratégia e saber o que fazer em cada momento. Crédito total para todos na Jaguar. Foi uma corrida muita boa”, completou.
Lucas Di Grassi, único brasileiro na atual temporada, não completou a prova. O carro da equipe Lola Yamaha ABT teve um problema no controle do sistema interno do trem de força, o que obrigou o piloto a se retirar.
Experiência aprimorada
Além da corrida em si, o público que compareceu ao Sambódromo teve uma experiência aprimorada em relação às edições anteriores. Os postos de hidratação disponíveis na Fan Village garantiram o refresco para o forte calor durante o sábado. Diversas atrações, como exposições de carros elétricos, área kids, pista de karts elétricos, Gaming Arena e espaços de inovação e sustentabilidade chamaram a atenção do público.
O Food Park garantiu uma experiência gastronômica para todos os gostos. Já as atrações musicais animaram o público durante todo o dia. Ao final do evento, o DJ Vintage Culture transformou o Sambódromo em uma grande pista de dança.
A Fórmula E voltará à ação em 11 de janeiro de 2025, na Cidade do México.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.