
Hub de recarga da Incharge tem seis pontos de recarga. Foto: Divulgação/Incharge
Com o avanço da mobilidade elétrica no Brasil, cresce também a necessidade de ampliar a estrutura dos eletropostos, especialmente nas rodovias. Para o empresário Alexandre Abdalla, CTO e cofundador da Incharge, investir em estações com múltiplos carregadores é essencial para acompanhar a demanda atual dos veículos elétricos.
Para o empresário, a resposta depende diretamente do tamanho e da capacidade de atendimento das estações. Segundo ele, investir em hubs com múltiplos carregadores rápidos é fundamental não só para evitar filas nos eletropostos, como também para medir de forma precisa a evolução do mercado. “Quem investiu em eletroposto com dois plugs já parou de crescer. Com quatro, o ano que vem já vai acontecer essa estagnação porque o mercado está dobrando por ano”, disse Abdalla, em participação no Conexão VE, o podcast do Canal VE.
Para acompanhar o ritmo dos usuários, as estações com mais plugs conseguem acompanhar essa demanda impedindo que motoristas ‘desistam’ da recarga naquele ponto. Hoje, a Incharge possui eletropostos com seis plugs de recarga. “Com seis plugs, conseguimos medir de verdade o crescimento do mercado”, diz. O empresário ressalta, no entanto, que mesmo com menos plugs, o rendimento ainda continua, porém, em escala menor do que houvessem mais carregadores para atender a demanda.

Maior estrutura dos eletropostos
O que antes parecia ousado nas previsões da empresa, hoje se mostrou eficiente. Abdalla ressaltou que já chegou a encontrar os seis pontos de recargas ocupados, evidenciando esse aumento. “Foi muita intuição na época e a gente colocou seis. Hoje a gente sabe que se a gente não tivesse colocado seis, provavelmente no final do ano eu precisaria estar quebrando tudo lá nas estações para aumentar”, afirma o empresário.
A Incharge começou a desenhar sua estrutura de recarga ainda em 2022, com base em visitas técnicas realizadas em países líderes da eletromobilidade, como China, Estados Unidos e Alemanha.
O objetivo era importar boas práticas e elevar o padrão da infraestrutura de recarga no Brasil, causando impacto ao usuário além de apenas o serviço. “Eu quero que alguém entre no Oásis e se sinta na Europa. Eu quero que ele se sinta chocado com a estrutura”, conta Abdalla.
Recarga nas rodovias
De acordo com Abdalla, é possível sim viajar com um VE, mas é preciso estar de olho nas estradas. Para crescer no ramo, a escolha correta dos pontos de instalação dos eletropostos é fundamental para garantir eficiência na operação e conforto ao motorista. “Na cidade, o ideal é carregar em casa ou no trabalho, com sessões que consomem em média de 20 kWh a 25 kWh. Mas, na estrada, o cenário é outro: o consumo é maior e o tempo de parada precisa ser otimizado”, explica.
Abdalla destaca que cidades acima de 500 mil habitantes já comportam uma operação sólida de recarga, mas o diferencial está nas estações rodoviárias, posicionadas para atender motoristas em trânsito. Um dos exemplos da empresa é o hub em Três Corações (MG), ponto intermediário entre São Paulo e Belo Horizonte. “O carro sai de São Paulo, para em Três Corações, carrega, e chega em BH. É uma parada eficiente, bem no meio do caminho”, destaca.

Jornalista graduada pela UNIP desde 2023. Atuou como repórter em veículos de comunicação na região de Campinas com experiência em impresso, digital e TV. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.