
Infraestrutura de recarga rápida está em crescimento no país. Foto: Rubens Morelli/Canal VE.
A infraestrutura de recarga rápida (DC) para veículos elétricos no Brasil registrou um crescimento de 59% nos últimos seis meses, de acordo com levantamento da Tupi Mobilidade, em parceria com a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Em agosto de 2025, o número de estações de recarga rápida em corrente contínua (DC) chegou a 3.855 unidades, contra 2.430 unidades do último levantamento, em fevereiro de 2025.
Houve aumento também no número de carregadores públicos e semipúblicos em corrente alternada (AC), passando de 12.397 em fevereiro para 13.025 em agosto de 2025, representando uma alta de 5%. O total de pontos de recarga disponíveis no Brasil, então, é 16.880 estações, 14% a mais que o levantamento anterior, de fevereiro (14.827).
Considerando que a frota de veículos elétricos plug-in no Brasil (BEV e PHEV) totalizou 302.225 unidades (de 2022 a agosto de 2025, segundo a ABVE Data), chega-se a uma relação de 18 veículos por estação de recarga.
Ainda de acordo com a ABVE, 1.499 municípios brasileiros contam atualmente com estações públicas e semipúblicas. Na comparação com fevereiro de 2025 (1.363), houve um crescimento de 10% na disponibilidade de infraestrutura nas cidades brasileiras.
“Esse avanço confirma uma tendência esperada: a queda de custos dos equipamentos e a crescente demanda dos usuários por recargas de longa distância levaram os operadores a priorizarem investimentos em DC”, disse Davi Bertoncello, diretor de comunicação da ABVE e fundador da Tupi Mobilidade. “Em poucos anos, o que era considerado um gargalo passou a ser o vetor de maior expansão”, completou.

Crescimento desproporcional
Apesar dos números positivos, o crescimento da infraestrutura se distribuiu de maneira desigual pelo território nacional, revelando diferentes estágios de maturidade. O maior crescimento foi registrado na região Norte, com 62%, saindo de 254 pontos AC e DC em fevereiro para 412 em agosto. Porém, o número ainda está bem distante da região Sudeste, que detém a maior rede instalada, com 8.035 pontos de recarga AC e DC.
A região Nordeste também se destacou no último levantamento, com 615 novos pontos (alta de 25,8%), reforçando a presença em polos turísticos e logísticos. A região Centro-Oeste, puxado por investimentos em Goiás e Brasília, registrou crescimento de 24,4%, enquanto a região Sul teve alta de 10,2%.
Segundo Davi Bertoncello, os números evidenciam uma dinâmica de crescimento que combina expansão territorial e fortalecimento da rede existente.
“O crescimento de 59% nos carregadores rápidos em seis meses mostra que o mercado já escolheu acelerar. Hoje, um operador de rede faz dez vezes mais com o mesmo investimento de cinco anos atrás”, falou.
“O desafio agora está nos carregadores lentos (AC), travados pela instabilidade regulatória e pela longa espera da nova diretriz da Ligabom (Conselho Nacional dos Comandantes de Bombeiros) sobre segurança nas operações de recarga em edifícios residenciais e comerciais”, concluiu.


Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.