Canal VE

20 de junho de 2025

BYD confirma início da produção em Camaçari para 26 de junhoAcompanhe pelo Whatsapp

Painel com o logotipo da BYD está instalado em área onde será construído o complexo fabril da empresa na Bahia

Painel com o logo da BYD marca o início da construção do complexo fabril em Camaçari (BA). Foto: Divulgação/Joá Souza/GovBA.

A BYD confirmou que o primeiro carro brasileiro da marca sairá da fábrica de Camaçari (BA) no dia 26 de junho de 2025, às 9h. Apesar de confirmar a data e até o horário, a greentech não informou qual será o primeiro veículo a sair da linha de montagem montada na Bahia.

O anúncio aconteceu durante o lançamento da nova linha do Song Plus 2026, realizado em São Paulo, em 28 de maio, um dia depois de o Ministério Público do Trabalho (MPT) entrar com uma ação civil pública contra a montadora e duas empreiteiras envolvidas na construção da fábrica, por irregularidades nas condições de trabalho de colaboradores. 

Em entrevista ao Canal VE, Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, afirmou que a empresa vai se defender das acusações. “A BYD não tem qualquer tipo de aceitação por descumprimento de lei. É inegociável nos nossos princípios, nas nossas atitudes, dos direitos humanos, a ética, o atendimento às pessoas e, é claro, da norma e da legislação”, afirmou. 

“A BYD sempre buscou atender, a esclarecer e a ponderar em sua defesa tudo que fosse questionado por qualquer ordem de controle, seja o MPT ou qualquer outro. Respeitamos a decisão, mas nos defenderemos no processo e colocaremos lá a verdade e a defesa de tudo que é necessário, em termos de processo, o qual nós estamos muito certos de que seremos vitoriosos”, completou Baldy.

 

Entenda a ação civil pública

São alvos da ação as empresas China JinJiang Construction Brazil Ltda. e Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil Co. (atual Tecmonta Equipamentos Inteligentes Brasil Co. Ltda.), que prestavam serviços exclusivos para a BYD, além da própria montadora chinesa. 

De acordo com denúncia do MPT, em dezembro do ano passado, 220 trabalhadores chineses foram encontrados em situação análoga à escravidão e vítimas de tráfico internacional de pessoas. Eles foram contratados para construir a planta industrial da BYD em Camaçari.

Ainda de acordo com o MPT, os 220 trabalhadores entraram no país de forma irregular, com visto de trabalho para serviços especializados que não correspondiam às atividades efetivamente desenvolvidas na obra. 

No canteiro de obras da construção da planta industrial da BYD, os agentes públicos encontraram trabalhadores amontoados em alojamentos sem condições de conforto e higiene, com presença de vigilância armada, retenção de passaportes, contratos de trabalho com cláusulas ilegais, jornadas exaustivas e sem descanso semanal, entre outras irregularidades. 

“O MPT pede a condenação da BYD e das outras duas empresas ao pagamento de R$ 257 milhões a título de danos morais coletivos, o pagamento de dano moral individual equivalente a 21 vezes o salário contratual, acrescido de um salário por dia a que o trabalhador foi submetido a condição análoga à de escravo, a quitação das verbas rescisórias devidas, além de cumprir as normas brasileiras de proteção ao trabalho e a não submeter trabalhadores a tráfico de pessoas e trabalho escravo”, diz a nota do MPT enviada à imprensa. 

O órgão requer multa de R$ 50 mil para cada item descumprido, multiplicado pelo número de trabalhadores prejudicados.

 

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