
Brasil conta com aproximadamente 15 mil pontos de recarga pública. Foto: Divulgação/Freepik
Localização e uma rede de apoio aos motoristas são pontos sempre relacionados quando o assunto é um eletroposto. Mas esse conjunto precisa, além disso, de bons parceiros que entrem nessa jornada durante o planejamento de crescimento desse negócio.
Rica Legname, cofundador da Spott, plataforma SaaS (Software as a Service) especializada na gestão de redes de recarga para veículos elétricos, apontou, durante o podcast Conexão VE, que os interessados em investir em eletropostos devem sempre ver a estação de recarga como um negócio, pensando em todos os parceiros, sejam nos locais onde serão instalados, nos modelos de carregadores fornecidos e nos demais desenvolvimentos do projeto até a entrega do produto final.
Para um modelo de negócio neste mercado em constante expansão, o empresário ressalta que boas parcerias, como as de novos negócios na localidade de instalação, são um exemplo disso. “Você consegue juntar os dois benefícios em dois modelos de negócios separados, né? Então o CPO foca no que é o principal modelo de negócio dele, de botar um carregador, desse carregador estar funcionando e atender o cliente do veículo elétrico, e ao mesmo tempo ele começa a gerar um benefício pro parceiro de negócio dele, que é o local onde ele colocou o carregador”, diz.

Mercado atual
Num mercado ainda muito novo, o Brasil conta com aproximadamente 15 mil pontos de recarga pública, sendo apenas 3 mil pontos de recarga DC (corrente contínua), de acordo com estimativas da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Para Legname, com os números de venda dos veículos elétricos aumentando a cada mês, essa demanda começa a ficar defasada para o usuário.
Para atender a essa demanda com fôlego em uma estimativa de curto período, de 2030 a 2035, esse número deveria crescer para quase 40 mil pontos de recarga, sendo um mercado de oportunidades com muita expansão. “Cada dia tem mais carro na rua, é um mercado que ele não vai diminuir, porque o carro que está rodando hoje, possivelmente vai rodar aí,no mínimo, mais 10, 15 anos. Então esse cliente de hoje, ele continua sendo um cliente daqui a 10 anos”, destaca.
Com essa empolgação nas oportunidades, Legname destaca que é importante que os novos empresários do ramo pensem em uma demanda a longo prazo, porque é possível de fato fazer o modelo de gestão de um eletroposto ser um negócio rentável.
E aí entra todo o planejamento de infraestrutura. Com um mapa de demandas, a Spott consegue identificar onde há maior necessidade de usuários, podendo analisar o melhor para que cada parceiro se destaque em seu ponto. “Também não adianta nada você começar a colocar uma série de carregadores um do lado do outro, que aí às vezes você pode até gerar uma competição dentro do seu próprio negócio, né? Então, vamos olhar isso de uma forma consistente com dados e como que a gente consegue te ajudar dentro do histórico que a gente tem”, diz.
Perfil do motorista
Para atrair cada vez mais motoristas para pontos de recarga, entender o perfil do seu público ajuda a desenvolver o negócio e resolver as dores não resolvidas em outros eletropostos que não cumprem essa primeira etapa com sucesso.
Um dos pontos principais que facilita o processo de carregamento de um veículo elétrico é a ativação desses carregadores. Para o empresário, quanto mais simples é o processo de ativação, maiores as chances do eletroposto ser utilizado sempre por esse consumidor. “Aí a gente começa a olhar em grupos, o que funciona para um grupo tende a funcionar para o restante”, aponta, destacando que é necessário se ter essa visão de facilitador para a utilização desses eletropostos aumentar.
Com esse processo de identificação de perfil, é possível analisar a frequência desses consumidores e consequentemente criar ações que se enquadrem e beneficiem esses motoristas, mantendo o básico – como apenas manter a manutenção desses carregadores em dia – e explorando outros meios de expansão.

Jornalista graduada pela UNIP desde 2023. Atuou como repórter em veículos de comunicação na região de Campinas com experiência em impresso, digital e TV. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.