O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa em Assembleia Geral da entidade. Foto: UN Photo/Cia Pak.
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, disse que “o mundo está viciado em combustíveis fósseis” e que “é hora de uma intervenção”. A fala aconteceu nesta terça-feira, 20 de setembro de 2022, no primeiro dia da Assembleia Geral da entidade, realizada na sede da ONU, em Nova York.
Para a plateia formada por líderes mundiais, Guterres disse que os 20 países mais ricos do mundo são responsáveis por 80% das emissões de gases causadores do efeito estufa, mas que as pessoas que mais sofrem com as consequências de eventos climáticos fora do padrão são as que moram em países menos desenvolvidos e, portanto, sem uma infraestrutura adequada para suportar esses eventos.
“Precisamos responsabilizar as empresas de combustíveis fósseis e seus facilitadores”, disse Guterres, sugerindo cobrar de quem lucra muito com o petróleo para subsidiar programas para o clima e para os alimentos em países emergentes.
Para o secretário-geral, a solução passa por ações mais abrangentes a favor da transição energética. A ideia dele é que os governos parem de oferecer subsídios aos combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão, para que a transição aconteça de fato para modelos sustentáveis de geração de energia.
Mobilidade elétrica
Apesar dos desafios para os líderes globais, alguns sinais da transição energética são destaque de um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), junto à Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), divulgado no mesmo dia do discurso de Guterres na ONU.
O relatório descreve a duplicação das vendas globais de veículos elétricos em 2021, em relação ao ano anterior, um recorde de 6,6 milhões de unidades. A expectativa é que o total de vendas de 2022 seja ainda maior.
O documento, encomendado por 45 países, ainda aponta a previsão de 8% de aumento na capacidade de geração de energia renovável global em 2022 para a marca de 300 GW, o que seria suficiente para abastecer cerca de 225 milhões de residências no mundo todo.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.