São Paulo vai iniciar os investimentos no hidrogênio nos próximos dias. Foto: Divulgação/Freepik
O governo do Estado de São Paulo vai investir R$ 32 milhões para desenvolver os processos de produção, armazenamento, transporte, distribuição e uso do hidrogênio como fonte de energia para diversos setores, incluindo a mobilidade urbana. Para isso, criou o Centro de Ciências para o Desenvolvimento de Energias Renováveis e Combustíveis do Futuro (CCD-ERCF).
Localizado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o novo centro terá como foco o avanço na produção e utilização de hidrogênio de baixo carbono, uma alternativa energética promissora para auxiliar na descarbonização e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Para o início da criação do projeto, o governo investiu R$ 32 milhões, com a seguinte divisão de recursos: R$ 9 milhões provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); R$ 11 milhões alocados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil); e R$ 12 milhões financiados pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Esses investimentos serão aplicados em infraestrutura, aquisição de equipamentos, desenvolvimento de pesquisas e programas de treinamento, fortalecendo a base para avanços tecnológicos e científicos.
De acordo com o governo estadual, a iniciativa reforça o compromisso do estado com a transição para uma economia sustentável baseada em energias limpas. O CCD será desenvolvido com o apoio técnico da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (Semil) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que destacam a importância estratégica de ter um centro especializado em hidrogênio.
Como vai funcionar?
Sob a coordenação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o centro se dedicará a avaliar diferentes etapas do ciclo do hidrogênio de baixo carbono, abrangendo produção, armazenamento, transporte, distribuição, uso e regulamentação. Reconhecido como uma solução-chave para a descarbonização, o hidrogênio possui aplicações diversificadas, incluindo geração de energia elétrica, processos industriais e transporte sustentável.
“Estamos em um momento crucial para investir na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias buscando inovações que no futuro farão parte da estratégia de mitigação das nações rumo à neutralidade de carbono. Com este projeto, estamos construindo as bases para um futuro mais limpo, seguro e sustentável”, afirma Marisa Barros, subsecretária de Energia e Mineração da Semil.
“O IPT tem a responsabilidade de buscar alternativas que contribuam de forma significativa para a descarbonização global. Esse centro é um grande passo nessa direção”, declarou Anderson Correia, diretor-presidente do IPT.
Novas estratégias de descarbonização
O Governo de São Paulo está ampliando sua estratégia de apoio às energias renováveis e ao combate às mudanças climáticas, com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Entre as iniciativas, destaca-se o hidrogênio de baixo carbono, considerado uma solução energética promissora para atingir as metas de sustentabilidade do estado.
Outro destaque é o biometano, cujo potencial foi mapeado em um estudo realizado em parceria com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O levantamento revelou que, com incentivos e políticas de estímulo, o setor pode não apenas reduzir as emissões de GEE, mas também gerar mais de 20 mil empregos ao expandir a produção desse combustível renovável.
Os primeiros resultados dessa estratégia já são visíveis. No dia 6 de novembro, foi inaugurada uma usina de biometano em Caieiras, na Região Metropolitana de São Paulo. A planta, operada pela Solví Essencis, tem capacidade para produzir cerca de 70 mil m³ de biometano por dia, utilizando biogás captado em sua Unidade de Valorização Sustentável (UVS), localizada em um dos maiores aterros sanitários do mundo. Com 3,5 milhões de metros quadrados, o aterro recebe diariamente 10,5 mil toneladas de resíduos de São Paulo e municípios vizinhos.
Essa nova unidade terá impacto significativo, evitando a emissão de aproximadamente 300 mil toneladas de CO2 equivalente por ano. Além de acelerar a transição energética e descarbonizar indústrias da região, a planta contribuirá com a geração de créditos de carbono, fortalecendo o mercado de economia verde.
Graduando em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Possui experiência em rádio, televisão, criação de conteúdos para site, e social media. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.