
Tesla investirá cerca de US$16,5 bilhões em chips, até o fim de 2035. Foto: Divulgação/Tesla
A Tesla firmou um acordo com a Samsung para o fornecimento de chips voltados a aplicações de inteligência artificial, no valor mínimo de US$ 16,5 bilhões (cerca de R$ 92 bilhões) até o fim de 2033. O acordo foi confirmado pelo CEO da empresa americana, Elon Musk, que afirmou que o início das produções será na nova fábrica da gigante de tecnologia sul-coreana, localizada no Texas (EUA).
Com o anúncio, as ações da fabricante sul-coreana subiram 3,5% na bolsa. O contrato representa um avanço importante para a Samsung no segmento de chips tecnológicos, em que ainda está atrás de concorrentes como a TSMC, que detém cerca de 67,6% do mercado global.
Nova fábrica no Texas e disputa com a TSMC
Musk afirmou, em publicações nas redes sociais, que a nova fábrica da Samsung no Texas será dedicada exclusivamente à produção da próxima geração de chips da Tesla, o AI6. Já o chip anterior, o AI5, será produzido pela TSMC em Taiwan, com expansão prevista para o estado do Arizona.
A Tesla utiliza esses chips para alimentar seu software de direção autônoma, um setor em que ainda busca se consolidar frente a rivais como Waymo, Uber e Baidu, que já operam em diversas regiões do mundo e acumulam vasta experiência em quilômetros rodados com veículos autônomos.
Ainda segundo Musk, a Tesla ajudará a Samsung a otimizar a eficiência da produção. “Este é um ponto crítico, pois eu mesmo caminharei na linha de frente para acelerar o ritmo do progresso”, declarou. Ele também mencionou que o valor acordado de US$ 16,5 bilhões pode ser apenas o início, com a produção final podendo ser “várias vezes maior”.

Contexto do mercado e cenário geopolítico
O anúncio do acordo foi feito às vésperas da próxima teleconferência de resultados da Samsung, momento em que a empresa deve enfrentar pressões para reduzir a defasagem nos chips.
Segundo estudos da Reuters, houve uma queda de 56% no lucro operacional da companhia no segundo trimestre, influenciada, entre outros fatores, pelo baixo desempenho da unidade de fundição.
A nova planta no Texas, que havia tido seu início operacional adiado para 2026, agora deverá ter sua agenda mantida com o acordo firmado. No entanto, ainda há incertezas sobre possíveis impactos de tensões comerciais entre os EUA e outros blocos econômicos.
A União Europeia, por exemplo, fechou recentemente um acordo para estabelecer uma tarifa básica de 15% com os Estados Unidos, enquanto a ausência de subsídios no país pode influenciar o local e a escala da produção.

Graduando em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Possui experiência em rádio, televisão, criação de conteúdos para site, e social media. Acompanha o mercado de veículos elétricos para o Canal VE.