
Produção inicial prevista é de 20 mil a 30 mil veículos por ano. Foto: Rubens Morelli/Canal VE
Depois de muita expectativa, a GWM inaugurou oficialmente a fábrica de Iracemápolis (SP), em evento que contou com a presença de autoridades brasileiras e chinesas. A unidade, que ocupa o lugar da antiga fábrica da Mercedes-Benz, no interior de São Paulo, produzirá localmente os veículos Haval H6, em suas quatro versões ja disponíveisno país, Haval H9 e a picape Poer P30, os dois últimos em versões únicas, com motorização turbodiesel.
O início da produção na fábrica de Iracemápolis faz parte da primeira fase do pacote de investimentos da GWM no mercado brasileiro, que totaliza R$ 10 bilhões até 2032, sendo R$ 4 bilhões apenas nesta primeira fase, que vai até 2026.
Com a inauguração da unidade em Iracemápolis, a empresa busca a nacionalização da produção, com conteúdo local de componentes, incluindo pneus, vidros, rodas, bancos e chicotes elétricos, entre outros. Até mesmo a pintura dos veículos será feita na unidade.

Geração de empregos
Com área total de 1,2 milhão de m² e área construída de 94 mil m², a unidade da GWM no Brasil possui hoje capacidade para produzir 50 mil veículos por ano. A estrutura conta com área de soldagem, linha de pintura robotizada, linha de montagem, sistemas de fornecimento de energia e equipamentos, além de uma cadeia de suprimentos e logística integrada.
“O Brasil é estratégico para a GWM. Com esta fábrica, não estamos apenas produzindo carros, mas também gerando empregos de qualidade no País e desenvolvendo tecnologia e inovação para todo o continente”, afirmou Mu Feng, CEO da GWM global.
A unidade de Iracemápolis conta atualmente com 600 trabalhadores e deve gerar até o final do ano cerca de 1.000 empregos diretos, alcançando no futuro mais de 2.000 vagas, quando iniciar o processo de exportação de veículos para a América Latina.
Operação brasileira
De acordo com a empresa, a operação brasileira seguirá o sistema peça por peça (part by part), um processo mais complexo que o SKD e o CKD tradicional, que conta com conteúdo nacional já no primeiro ano, incluindo pintura para 100% dos veículos produzidos no País e incorporação de componentes de fornecedores nacionais.
Atualmente, a GWM Brasil tem mais de 110 empresas cadastradas interessadas em fornecer componentes, das quais 18 já são fornecedores que estão participando da produção e desenvolvimento dos primeiros veículos, caso de empresas como Basf, Bosch, Continental, Dupont e Goodyear.

Pesquisa e desenvolvimento
Durante a cerimônia de inauguração, a autotech anunciou também a criação do primeiro Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da GWM na América do Sul. O centro contará com mais de 60 técnicos e engenheiros atuando no desenvolvimento e nos testes de produtos locais, com foco em tecnologia flex e na adaptação de veículos globais às condições de rodagem brasileiras e às preferências do consumidor.
Segundo a GWM, o time continuará crescendo nos próximos anos, em paralelo ao avanço da construção dos novos prédios do complexo. O novo centro será construído no terreno ao lado da fábrica de Iracemápolis e terá 15 mil m² de área total, sendo 4 mil m² de área construída.
O Centro de Pesquisa & Desenvolvimento se junta à recém-inaugurada GWM Academy, em parceria com o Senai Ipiranga, para formar profissionais especialistas em eletromobilidade.

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.