
Painel aconteceu durante a 5ª edição do Canal Conecta. Foto: Canal Solar
No primeiro dia da 5ª edição do Canal Conecta, especialistas da mobilidade elétrica discutiram o retorno financeiro e a expectativa de crescimento das estações de recarga no Brasil nos próximos anos.
O painel intitulado “Estações de recarga de veículos elétricos: é um bom negócio?” foi moderado por Daniela Garcia, Country Manager da Latam Mobility e contou com a participação de Bernardo Durieux, CEO da Voltbras, Marcia Loureiro, Gerente de Eletromobilidade da Vibra Energia, Rica Legname, Sócio Fundador da Spott e Rodrigo de Almeida, Chefe de relacionamento da EZVolt.
Ao longo da apresentação, os especialistas enfatizaram a necessidade de um bom planejamento prévio antes de instalar um eletroposto público, para potencializar os ganhos financeiros da operação.
Para Almeida, por conta dos carregadores residenciais, eletropostos públicos têm concorrência com a residência na hora de recarga. “Além do custo de um Quilowatt-hora bem negociado, o local é fundamental a hora de instalar uma estação pública de recarga. O momento é de investir para daqui 2 ou 3 anos, que é quando teremos um aumento na frota de eletrificados. Porém, quem quiser um retorno financeiro em curtíssimo prazo, precisa se atentar a esses pontos”, explicou.
Possibilidade de investimentos
Outro ponto abordado foi a oportunidade de investimentos em eletropostos para os próximos anos. A disponibilidade pública de carregamento dos veículos ainda não acompanha o crescimento da frota, portanto a tendência é de que esse segmento se fortaleça. “A recomendação da IEA (International Energy Agency) é de um carregador para cada 10 veículos elétricos e nem chegamos a 50% desse número ainda. Hoje em dia, 10% de todos os carros vendidos no Brasil são eletrificados, portanto, existe uma possibilidade de crescimento aí”, afirmou Márcia.
Futuro
Ainda nesse aspecto, foram apresentadas projeções futuras que corroboram ainda mais a expectativa do aumento de demanda por carregadores públicos. “Para o que a gente tem esperado para 2030 em relação ao crescimento da frota de eletrificados, a infraestrutura pública de eletropostos teria que aumentar quase 40 vezes. Temos muita demanda para esses carregadores e oportunidades para explorarmos nesse sentido. Num mercado tão grande e diversificado, quanto mais soluções e facilidades trouxermos, mais resultados teremos”, comentou Legname.
Por fim, é importante ressaltar também a importância da experiência e estudos das empresas nas suas áreas de atuação para contribuir com o avanço da eletromobilidade no país. “Esse mercado ainda está muito no início. É bom que tenhamos poucos carros elétricos (em comparação com carros a combustão), pois podemos aprender para quando esse mercado estiver grande e a gente tiver mais veículos, já tenhamos uma experiência”, analisou Durieux.

Estudante de jornalismo na PUC-Campinas. Atuou como redator, repórter, social media e assessor de imprensa na área de esportes. Estagiário no Canal VE.