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19 de julho de 2025

China restringe tecnologia para consolidar domínio sobre baterias

Baterias utilizadas em veículos elétricos em fabricação

Medida atinge diretamente tecnologias ligadas à fabricação de materiais utilizados na fabricação e no processamento de metais. Foto: Freepik

A China impôs novas restrições à exportação de tecnologias consideradas estratégicas para a indústria de veículos elétricos (VEs), reforçando seu controle sobre a cadeia global de produção de baterias. 

A medida divulgada pelo Ministério do Comércio da China em conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia em 16 de julho de 2025 atinge diretamente tecnologias ligadas à fabricação de materiais utilizados na fabricação e no processamento de metais como o lítio, essenciais para a eletrificação automotiva.

As novas regras exigem que empresas chinesas obtenham licenças governamentais para exportar ou compartilhar essas tecnologias com parceiros internacionais. O anúncio integra o Catálogo de Tecnologias Proibidas e Restritas à Exportação, documento oficial revisado pelo governo chinês.

Segundo o ministério, essas tecnologias exigem licenças de exportação, pois são cada vez mais utilizadas em áreas sensíveis, e sua inclusão ajuda a equilibrar melhor as questões de desenvolvimento e segurança.

Documento oficinal é revisado pelo governo chinês periodicamente e impacta comércios de exportação. Foto: Divulgação/CATL
Documento oficinal é revisado pelo governo chinês periodicamente e impacta comércios de exportação. Foto: Divulgação/CATL

Segurança econômica e tecnológica

Com essa nova medida, fabricantes de veículos elétricos passam a depender de aprovação do governo chinês para qualquer transferência de tecnologia ao exterior. A medida deve afetar acordos de cooperação técnica com montadoras nos Estados Unidos e na Europa, onde há pressão crescente por independência tecnológica frente à China.

A justificativa é proteger o que Pequim considera “vantagens competitivas” em setores de inovação estratégica. “Os ajustes visam manter a segurança econômica nacional e os interesses de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que promovem a cooperação econômica e tecnológica internacional”, informa o comunicado.

De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA), em 2024 a China concentrava cerca de 85% da capacidade global de produção de baterias, sendo 75% de propriedade de produtores chineses. O país também controla etapas principais dessa cadeia produtiva como o refino de lítio e a fabricação de cátodos e ânodos.

Com essas novas regras, montadoras podem contar com possíveis aumentos nos custos de produção e um atraso nos avanços de empresas estrangeiras.

Medida deve impactar mercado estrangeiro devido a dominação da China no mercado das baterias. Foto: Divulgação/BYD
Medida deve impactar mercado estrangeiro devido a dominação da China no mercado das baterias. Foto: Divulgação/BYD

Domínio nas baterias LFP

A China domina a produção de baterias LFP e o processamento de lítio globalmente, de acordo com a Fastmarkets, uma empresa de pesquisa sediada no Reino Unido. No ano passado, o país asiático detinha 94% do mercado de capacidade de produção de LFP e respondia por 70% da produção global de lítio processado.

Mas, embora as baterias LFP representassem 40% do mercado global de VEs em capacidade, sua adoção é mais prevalente em VEs fabricados por empresas chineses do que em outros lugares, de acordo com a Adamas Intelligence, uma empresa de consultoria e análise de dados com foco em minerais e baterias essenciais.

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