Carro elétrico utilizado no transporte por aplicativo garante economia a motoristas. Foto: Divulgação/Zletric
Motoristas de transporte por aplicativo de São Paulo conseguem faturar, em média, R$ 104 mil no ano, ou R$ 8.666,67 por mês, em 60 horas de trabalho semanais. Porém, mais da metade desse faturamento é usado na operação. O custo com combustíveis e manutenção chega a R$ 4.480,15 mensais, o que reflete um lucro líquido mensal de R$ 4.186,52 (R$ 50,1 mil anuais). Os dados são da startup GigU, que realizou um levantamento com os custos e ganhos médios dos motoristas de app no primeiro semestre de 2025 na capital paulista.
Já o motorista de aplicativo que utiliza carro elétrico consegue economizar cerca de 80% com os custos de operação, garantindo um lucro de R$ 2 mil a R$ 4 mil mensais a mais em relação aos carros a combustão. Ao final do ano, isso representa de R$ 24 mil a R$ 48 mil a mais na conta bancária.
Foi essa economia que motivou o motorista Arthur Bongiorno a adotar um carro elétrico para o serviço de transporte por aplicativo. Trabalhando no ramo há oito anos, o motorista faz as contas depois de trocar seu carro antigo por um BYD D1, em 2023, e comprova o sucesso. “Antes, eu gastava cerca de R$ 3.200 por mês com gasolina, e agora gasto cerca de R$ 700 na conta de luz. É uma diferença enorme”, falou.
Segundo Bongiorno, ele registra o custo de R$ 0,11 por quilômetro rodado. “Com meu carro antigo, esse custo era de R$ 0,60 por quilômetro. Ou seja, uma economia real de cerca de 80% [81,6%, precisamente]”, diz.
Comparativo com carro a combustão
Outro motorista a contar os benefícios dos carros elétricos em relação aos carros a combustão é Thiago Mustache. Desde 2023, ele trabalha com o BYD D1, carro desenvolvido em parceria com a DiDi, na China, exclusivamente para o transporte de passageiros.
“Num cenário prático, um motorista de aplicativo que usa um carro mais econômico, como o Fiat Mobi, por exemplo, gasta, no melhor cenário, R$ 100 por dia com combustíveis. Levando em consideração que vai trabalhar 26 dias no mês, com uma folga por semana, são R$ 2,6 mil reais de combustível todos os meses, sem contar a manutenção. Se o carro for alugado, pode somar mais R$ 3,5 mil a R$ 4 mil, dependendo das condições do aluguel”, explica.
“Na prática do dia a dia com um D1, que é o carro que uso há dois anos, carregando em casa todos os dias eu gasto R$ 37 por recarga. Então em vez de gastar cerca de R$ 2,6 mil em combustíveis, eu gasto, arredondando para cima, cerca de R$ 1 mil. São R$ 1,6 mil de economia só no abastecimento. Fora os custos com a manutenção, que no carro a combustão são muito maiores”, afirma Mustache. “E ainda tem o conforto do carro, com ar-condicionado ligado o tempo todo, e o silêncio do motor, que no longo prazo o motorista percebe que dá até uma tranquilidade a mais por andar por São Paulo todos os dias”, relata.
Incentivos aos carros elétricos
Ao trabalhar na capital paulista, Bongiorno e Mustache têm ainda a vantagem de prestar os serviços de transporte pela 99electric-Pro, categoria exclusiva de veículos elétricos da 99, que, além de contribuir para um transporte mais limpo e sustentável em regiões centrais da cidade, ainda oferece recompensa maior para os motoristas parceiros.
“A economia com combustível, que chega a cerca de 80%, combinada com uma categoria que paga melhor, faz toda a diferença na vida desses motoristas”, diz Thiago Hipolito, diretor de inovação da 99.
“Os motoristas que dirigiam carros a combustão e migraram para o elétrico não querem mais voltar atrás. Primeiro pela redução de custos, e segundo pela experiência dos motoristas no dia a dia, com dirigibilidade, conforto e segurança. Os motoristas relatam que até as avaliações dos passageiros são melhores quando têm a experiência no carro elétrico”, completa Hipolito.
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter, redator e editor em veículos de comunicação de grande circulação, como Grupo Folha, Grupo RAC e emissoras de TV e rádio. Acompanha o setor de veículos elétricos e outras energias renováveis para o desenvolvimento sustentável.
